É falso que suspeito de agredir Moraes tenha recebido auxílio emergencial
É falso que Roberto Mantovani Filho, suspeito de hostilizar o ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, no aeroporto de Roma, tenha sido beneficiário do auxílio emergencial durante a pandemia de covid-19.
O nome que consta nos posts que circulam pelas redes sociais é de um outro homem, que se chama José Roberto Mantovani Filho.
O que diz o post
"O Mantovani, um dos agressores de Moraes, que é um empresário rico, teve a cara de pau de pegar o auxílio emergencial, tirando o lugar de quem precisava", diz a descrição do post.
A imagem compartilha apenas um print do texto que parece ser de um tuíte publicado por um perfil anônimo: "Um dos bolsonaristas que agrediu Alexandre de Moraes e sua família é José Roberto Mantovani Filho, de acordo com a PF. Consta no Portal da Transparência que o empresário recebeu 16 parcelas do Auxílio Emergencial, benefício concedido às famílias de baixa renda durante a pandemia".
Por que é falso?
O nome do suspeito de agredir Moraes é diferente do que consta no Portal da Transparência do governo federal. A plataforma permite conferir o nome e parte do CPF de beneficiários do auxílio emergencial (aqui). Para sustentar a alegação falsa, os posts mostram um registro no portal em nome de "José Roberto Mantovani Filho". Mas o nome completo do empresário suspeito de hostilizar Moraes é só Roberto Mantovani Filho.
Mantovani, o suspeito, foi candidato a prefeito de Santa Bárbara d'Oeste (SP) em 2004. O nome completo dele consta no site do TSE, no registro de sua candidatura (aqui).
O CPF dos dois são diferentes. Uma busca no portal do TSE mostra que Roberto Mantovani Filho fez uma doação ao diretório municipal do PSD de Santa Bárbara d'Oeste em 2020, e o site informa o CPF dos doadores. O CPF do empresário é composto, do quarto ao sexto dígito, pelos números "560" (aqui). Por outro lado, na lista de beneficiários do auxílio emergencial, o CPF atribuído a "José Roberto Mantovani Filho" tem, do quarto ao sexto dígito, os números "515" (aqui).
A agressão a Moraes
O ministro e seus familiares foram hostilizados por brasileiros na última sexta-feira (14) no aeroporto de Roma, na Itália, segundo a PF (aqui).
Até o momento não foi divulgado o vídeo que mostra toda a situação. Na quarta-feira (19), os três suspeitos da agressão —Roberto Mantovani Filho, Andreia Munarão e Alex Zanatta Bignotto— entregaram à PF um vídeo que, segundo relato do advogado Ralph Tórtima Filho, mostra o ministro chamando um dos supostos agressores de "bandido". Ao UOL News, Tórtima afirmou que o vídeo tem cerca de dez segundos e registra o momento final da confusão (aqui). Em representação enviada à PF, o ministro disse que foi chamado de "bandido", "comunista" e "comprado" (aqui).
O UOL Confere já checou uma publicação que usava um vídeo de 2022 como se fosse da recente agressão a Moraes na Itália (aqui) e uma que dizia que um jornal italiano teria publicado que o filho de Moraes havia agredido o empresário (aqui).
O conteúdo também foi checado pela Reuters.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
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