É falso que vacinados possam ser identificados por aplicativo via bluetooth
Pedro Vilas Boas*
Colaboração para o UOL, em Salvador
06/09/2023 16h32Atualizada em 06/09/2023 16h32
É falso que pessoas vacinadas possam ser identificadas por meio de um aplicativo via bluetooth, como afirma um vídeo compartilhado nas redes sociais. Especialistas e a empresa responsável pela ferramenta negam a afirmação.
O que diz o vídeo
Um homem filma pessoas em um local que parece ser um shopping e afirma que é possível identificar se elas foram "chipadas" por meio de um aplicativo chamado "BLE Scanner".
O autor da mentira filma a tela da ferramenta e diz que as informações que aparecem no aplicativo dizem respeito a identificações das supostas pessoas vacinadas.
Por que é falso
A Bluepixel Technologies, responsável pelo BLE Scanner, negou, em resposta a um comentário no Youtube, que a ferramenta identifique pessoas vacinadas. "Ele detecta apenas os dispositivos bluetooth que anunciam sua presença nas proximidades". No mesmo vídeo em que a empresa rebate a afirmação, é possível entender como funciona a ferramenta (aqui).
A única forma de se gerar uma mínima interferência no bluetooth seria através da implantação de um chip no corpo humano, o que obviamente não é possível se fazer quando se vacina. Isso é absolutamente não verdadeiro, não existe chip líquido. É um dos maiores absurdos que ouvi nos últimos tempos Vivaldo José Breternitz, professor do Mackenzie, em entrevista ao UOL em 2021
Mário Alexandre Guarizzo, professor da Universidade Federal do ABC e da USP (Universidade de São Paulo), acrescenta que o bluetooth e o RFID (o protocolo dos chips) são tecnologias distintas (aqui).
Enquanto o RFID necessita de uma frequência específica constante para funcionar, o bluetooth fica trocando de frequência o tempo todo para evitar ruídos com outros equipamentos. Por conta disso, os chips, supostamente implantados no corpo humano com a vacina, não conseguiriam estabelecer uma conexão bluetooth.
Este conteúdo também foi checado por Aos Fatos.
(*) Com informações de Felipe Oliveira, colaboração para Tilt
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