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Uma iniciativa do UOL para checagem e esclarecimento de fatos


É falso que Vivo, TIM e Claro utilizem sinal da Starlink

5.set.2024 - Vivo, TIM e Claro não dependem de sinal da Starlink para oferecer acesso à internet Imagem: Crédito: Arte/UOL Confere sobre reprodução/Instagram

Ricardo Espina

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/09/2024 18h43

É falso que Elon Musk tenha capacidade técnica de bloquear o acesso da Vivo, da TIM e da Claro à internet através dos satélites da Starlink, como sugerem posts nas redes sociais.

As três operadoras não dependem dos satélites da empresa do bilionários para fornecer acesso à internet no país.

A checagem foi sugerida ao UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.

O que diz o post

A publicação traz, no topo, o gif animado de uma sirene piscando e a palavra "Alert". Abaixo, a seguinte mensagem: "A Retaliação contra BR 02/09/24"

Na sequência, aparecem, lado a lado, um vídeo e o print de uma notícia com o título "'Fechamento do X/Twitter fará do Brasil um mercado não investível', diz bilionário americano".

"O Elon Musk, todos os satélites do Elon Musk, a Vivo, a TIM e a Claro, eles usam o satélite do Elon Musk para distribuir internet para o Brasil. Então tá uma conversa que o Musk vai cortar o sinal da Vivo, da TIM e da Claro, não vai mais fornecer sinal de internet porque o sinal é dele", diz um homem em um trecho do vídeo.

Em outro trecho, ele completa: "O Congresso americano aconselhou, vai para o Congresso americano quarta-feira exigir que o Congresso americano tome medidas de retaliação contra o Brasil"

Por que é falso

Operadoras não utilizam sinal da Starlink. Em nota ao UOL Confere, a Conexis (Sindicato das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular Pessoal) esclareceu que as operadoras citadas usam frequências licitadas pela Anatel.

A Conexis Brasil Digital informa que a informação divulgada no vídeo não é verdadeira. As operadoras associadas à Conexis prestam os serviços de internet e telefonia por meio de frequências licitadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Conexis Brasil Digital, em nota ao UOL Confere

Cabos submarinos distribuem a maior parte da internet. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) regula o serviço de telecomunicações feito por meio de cabos submarinos (aqui), que se divide em dois tipos: Serviço de Comunicação Multimídia - SCM (aqui) e Serviço Limitado Privado - SLP (aqui).

Nenhum desses cabos no Brasil pertence a Musk. A plataforma Submarine Cable Map mostra que há 17 cabos submarinos no país (aqui), sem qualquer associação com empresas do bilionário.

Telefonia celular se baseia em ondas de rádio. Os sistemas 4G e 5G em operação no Brasil utilizam um sistema de antenas e de ondas de rádio (aqui).

Starlink usa satélites para oferecer internet. A empresa de Musk utiliza um sistema diferente para fornecer internet (aqui). A conexão do satélite para o receptor dispensa cabeamentos, o que pode facilitar o acesso em áreas remotas.

Musk não foi ao Congresso dos EUA na quarta (4). Não há qualquer registro na grande imprensa de uma possível visita de Musk ao Congresso dos EUA na data citada, como mostra uma pesquisa com os termos "US Congress" e "Elon Musk" no Google (aqui).

Starlink é apenas a 16ª maior operadora no Brasil. Segundo dados de julho da Anatel, a Starlink detém apenas 0,5% de participação de mercado no setor de banda larga fixa, com 224.458 acessos (aqui). No topo, aparecem Claro (20,4%), Vivo (14,2%) e Oi (9,3%). Ao todo, o Brasil possui 32,9 milhões de acessos.

Comentário de bilionário é verdadeiro. Bill Ackman, diretor executivo da gestora Pershing Square, criticou a suspensão do X no Brasil (aqui). "O fechamento ilegal do X e o congelamento de contas na Starlink colocaram o Brasil em um caminho rápido para se tornar um mercado não investível", escreveu em seu perfil no X. Entretanto, isso não tem relação com um suposto bloqueio da internet no Brasil.

Viralização. Até esta quinta-feira (5), uma postagem no Instagram já tinha mais de 3.000 curtidas.

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

5 dicas para você não cair em fake news

O UOL Confere é uma iniciativa do UOL para combater e esclarecer as notícias falsas na internet. Se você desconfia de uma notícia ou mensagem que recebeu, envie para uolconfere@uol.com.br.

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