PMs são julgados por integrar grupo de extermínio que decapitou deficiente mental em SP
O pintor Antonio Alves Altaíde, de 45 anos, pai do deficiente mental Antonio Carlos da Silva Alves, que foi executado e decapitado em outubro de 2008, disse nesta quinta-feira (29) esperar que Justiça aplique a pena máxima aos quatro PMs acusados de cometer o crime.
“A polícia é paga para dar proteção e não para destroçar famílias como a minha”, afirmou ele antes de entrar no fórum de Itapecerica da Serra (na Grande São Paulo), no início da manhã.
O juiz da 1ª Vara de Itapecerica da Serra, Antonio Augusto Galvão de França Hristov, já convocou os familiares das vítimas e o grupo de pessoas que serão sorteadas para integrar o corpo de jurados.
A defesa a cargo do advogado Celso Vendramini escalou oito testemunhas e a acusação, quatro. O promotor de Justiça Vitor Petri terá a seu lado como assistente de acusação o advogado Fábio Pereira da Silva.
No primeiro depoimento do dia, a irmã da vítima disse ter reconhecido os policiais que levaram Alves em uma viatura.
A sessão do Júri começou com meia hora de atraso, às 10h. O julgamento vai decidir o destino de quatro policiais militares acusados pelo Ministério Público de integrar o grupo de extermínio conhecido como “Os Highlanders”.
Os quatros acusados respondem pelo crime de homicídio duplamente qualificado – motivo torpe e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O grupo atuava na periferia da zona sul da capital paulista.
Vão a Júri o 3º sargento Moisés Alves Santos, o cabo Joaquim Aleixo Neto e os soldados Anderson dos Santos Sales e Rodolfo da Silva Vieira. Eles são acusados de executar e decapitar o deficiente mental Antonio Carlos da Silva Alves. Os réus negam participação no crime.
O juri é formado por duas mulheres e cinco homens.
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