Em oito Estados, trânsito mata mais que violência, mostra pesquisa do IBGE
Os acidentes de trânsito mataram mais do que os homicídios em oito Estados do país. A constatação faz parte da pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2010, divulgada nesta quarta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São eles: Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Roraima, Tocantins, Piauí e Mato Grosso. Os dados são referentes a 2007 e os coeficientes representam amostra por cada 100 mil habitantes.
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O caso que mais chama a atenção é o de Santa Catarina. O Estado possui o menor índice de mortalidade por homicídio do Brasil (10,4), mas é o segundo com a maior taxa de mortalidade por acidente de transporte, com 32,7 por 100 mil habitantes. O único Estado com taxa superior é Roraima, com 33,7. O indicador do IBGE abrange mortes em acidentes de transportes terrestres, aquáticos e aéreos, independentemente se ocorridos em via pública ou não.
Quando a pesquisa compara regiões, o Sul é o único no qual o número de mortes por acidente de transporte supera o de homicídios: 26,2 e 21,4, respectivamente.
Mulher morre mais no trânsito
O número de óbitos femininos causados pelo trânsito ultrapassa as mortes de mulheres por homicídio em todo o país, exceto nos Estados do Espírito Santo, Pernambuco (onde o índice é menor) e Acre (os coeficientes são iguais). Mais uma vez, o caso catarinense impressiona: enquanto 2,3 mulheres a cada 100 mil habitantes são vítimas de homicídio, 12,1 morrem no trânsito.
Segundo a pesquisadora Denise Kronemberger, responsável pelos indicadores de dimensão social e institucional do IDS 2010, outros estudos mais aprofundados são necessários para examinar as causas dos dados apontados no levantamento.
“O objetivo da publicação é avaliar as tendências. O Brasil e os Estados estão avançando ou não em direção ao desenvolvimento sustentável? E segurança é um tema fundamental para a qualidade de vida da população. O que a gente faz é poder comparar, ver que tem desigualdade regional e ajudar a direcionar políticas públicas”, diz.
Violência
A pesquisa mostra que Alagoas é o Estado mais violento do Brasil. Em 2007, o coeficiente de mortalidade por homicídio foi de 59,5, 134% maior do que a média nacional (25,4). Quando se considera apenas os óbitos masculinos, o índice sobe para 114,6.
Já o Espírito Santo é o Estado que registra o maior coeficiente de óbito feminino por homicídio (10,4), taxa 166% superior à média brasileira (3,9).
Embora na comparação feita com o ano de 1992 o coeficiente de óbitos por homicídio no país tenha subido 6,2 pontos percentuais, o índice vem demonstrando queda desde 2003, quando o registrado foi 28,8. “Essa aparente queda nos chamou atenção, mas para afirmar que é uma tendência de queda são necessários mais anos de informação”, afirma Kronemberger.
O levantamento é feito a partir de declarações de óbito, e não com base no registro administrativo das delegacias de polícia.
Rio e São Paulo reduzem índice
Embora o Rio de Janeiro ainda seja o quarto com o mais alto índice de morte por homicídio no Brasil, o Estado fluminense desceu de 50,8 em 2004 para 41,5 em 2007.
O IDS 2010 também destaca o avanço realizado no Estado de São Paulo, que recuou de 28,5 em 2004 para 15,4 em 2007.
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