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Homens de diferentes níveis de instrução exploram serviços sexuais em cidades sul-mato-grossenses

Gilberto Costa<br>Da Agência Brasil<br>Em Brasília

01/10/2010 11h42

Pesquisa feita em cinco municípios de Mato Grosso do Sul (Sidrolândia, Maracaju, Nova Andradina, Nova Alvorada do Sul e Rio Brilhante) aponta que trabalhadores de diferentes níveis de qualificação exploram sexualmente crianças e adolescentes.

“Os serviços sexuais não são apenas utilizados pelos cortadores de cana, aqueles do serviço braçal com menor qualificação profissional, mas por diferentes grupos de trabalhadores”, destaca a responsável pelo estudo Impactos do Setor Sucroalcooleiro na Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes em Mato Grosso do Sul, Estela Márcia Scandola, diretora do Instituto Brasileiro de Inovações Pró-Sociedade Saudável – Centro Oeste (Ibiss/CO). “As pessoas tendem a associar a exploração sexual somente ao cortador, ao serviço braçal mais desqualificado. Na pesquisa não é isso que está configurado”, reforça.

A pequisa identificou que há crianças e adolescentes sendo exploradas em lugares afastados das sedes urbanas dos municípios, dentro de carros, o que indica que os abusadores têm renda mais elevada.

“As meninas fazem os programas sexuais em locais escuros e distantes. São lugares onde há muitas chácaras. Os homens ficam nos carros mesmo”, diz o relatório.

De acordo com a pesquisa, uma assistente social informou que pelo menos cinco meninas de 10 a 13 anos fazem programas sexuais em uma chácara à margem da Rodovia MS-134, entre Baitaporá e Nova Andradina (sudeste de Mato Grosso do Sul).

Estela Scandola salientou que a exploração sexual “implica envolvimento e aquiescência de parte de pessoas, também das empresas, na permissividade nesse tipo de violação dos direitos das crianças que ocorre em nome da manutenção e aquietamento desses trabalhadores”.