Prefeito era brincalhão e gozador, diz locutor de rádio
O locutor Fernando Silva, 41, afirmou nesta sexta-feira (10) não acreditar que o prefeito de Jandira (Grande SP), Walderi Braz Paschoalin (PSDB), tenha sido assassinado por motivação política. Silva apresentava um programa na rádio Astral FM quando ouviu os disparos que mataram o prefeito. Ele chegava à emissora para seu programa, no qual respondia a perguntas dos ouvintes, na periferia da cidade. O programa da rádio comunitária existe há cerca de seis meses.
"Estava lendo a última matéria quando ouvi os tiros. Como foi muito perto, parecia que era aqui dentro", disse. "Eu não acho que tenha sido desavença. Ele era brincalhão, gozador, alegre, mas rígido com o trabalho. Era amigo. Por isso, já estava no terceiro mandato", disse locutor. "Eu escutei o barulho e brinquei com o Marcos, o outro locutor, que eram fogos em comemoração à chegada do prefeito. Em seguida, a telefonista abriu a porta e contou o que tinha acontecido. Fomos lá e nos defrontamos com a cena", conta.
Outro locutor da rádio, Marcos Aleixo, que se preparava para encerrar o programa quando o crime ocorreu, chegou a interromper a locução para questionar de onde vinha o barulho. "Que bagunça é essa aí?"
Análio Augusto dos Reis, 56 anos, diretor administrativo da Associação Comunitária Astral, dona da rádio, também não acredita em crime político. "Nós temos adversários políticos, mas não inimigos", disse ele.
Som de tiros
O crime ocorreu por volta das 8h na rua Antônio Conselheiro, no Jardim Mirantes, em Jandira. O prefeito chegava à rádio Astral FM com o motorista e segurança, Wellington Martins, quando o veículo foi interceptado por outro. Ele gravaria o programa “Bom dia, prefeito”. Os disparos foram captados pela emissora, e puderam ser ouvidos ao vivo no momento em que Aleixo falava sobre o prefeito com o colega. Ouça:
Walderi Braz Paschoalin, no PSDB, tinha 62 anos e cumpria no terceiro mandato. Ele chegou a ser atendido, mas morreu em um pronto-socorro municipal. O segurança foi encaminhado ao Hospital das Clínicas, onde passou por uma cirurgia. Ele está em estado gravíssimo.
A polícia prendeu quatro suspeitos poucos minutos após o assassinato para averiguação. Eles estavam em uma estrada de terra próxima ao local do homicídio, em um Polo. O Focus prata que interceptou o carro do prefeito foi encontrado em um barranco também na saída da cidade, sem marcas de frenagem, com os bancos molhados de gasolina e uma garrafa pet com combustível. Para a polícia, eles não tiveram tempo de incendiar o automóvel. Mais dois homens foram detidos na mesma região.
A polícia trabalha com a hipótese crime encomendado, mas diz ainda não ser possível definir a motivação. A Procuradoria Geral de Justiça designou os promotores do Júri de Jandira e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - Núcleo São Paulo para acompanhar as investigações, que serão conduzidas pelo delegado Zacarias Katcer Padros, chefe do SHPP (Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa) de Carapicuiba (Grande São Paulo).
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