Aeroportos do país registram atraso nos voos; Guarulhos tem índice em 50%

Os aeroportos do país continuam registrando atrasos na noite desta quarta-feira (22). Dos 2.487 voos domésticos previstos para hoje, 880 (35,4%) estavam atrasados até as 22h, segundo balanço divulgado pela Infraero (estatal que administra os aeroportos brasileiros).

O aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos (região metropolitana), tinha 107 voos domésticos atrasados em mais de meia hora até as 22h, o que representa 50% das 214 viagens programadas. Em Congonhas (zona sul de São Paulo), havia 34% de voos atrasados -- 81 dos 238 voos previstos, além de 22 (9,2%) cancelados.

Ainda de acordo com a Infraero, em todo o país, até as 22h, 89 voos haviam sido cancelados, apenas 3,6% do total programado.

O aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro tinha 53 (44,9%) voos atrasados de 118 programados. No Santos Dumont havia 38 viagens com atraso, de 164 programadas (23,2%), além de 29 cancelamentos (17,7%).

A situação também está complicada em Brasília, no aeroporto JK: de 202 voos domésticos programados, 89 (44,1%) estavam atrasados e apenas dois foram cancelados durante todo o dia.

Voos internacionais

Dos 179 voos internacionais programados no país, 62 (ou 34,6%) estavam atrasados e apenas quatro haviam sido cancelados.

Os voos internacionais que tiveram mais atrasos foram os com saída de Guarulhos --de 100 previstos, 37 (37%) estavam atrasados-- e do Galeão, no Rio, onde, de 33 voos programados, 11 (33,3%) estavam atrasados.

Nos dois aeroportos, ainda foram cancelados dois voos internacionais em cada.

Manifestação no RJ

Nesta quarta-feira (22), cerca de 200 aeroviários --profissionais que atuam em solo, como mecânicos e pessoal de check-in-- fizeram uma manifestação no aeroporto Santos Dumont (centro do Rio) convocando a categoria para a greve de amanhã (23).

Eles interromperam as atividades entre 4h e 6h20 desta manhã, um dia antes do início de uma greve nacional do setor, anunciada no começo da semana. Ao todo, 105 trabalhadores ficaram do lado de fora do aeroporto durante a paralisação e apenas entraram para trabalhar 30% do contingente.

Reflexos em Confins

Atrasos e cancelamentos nas partidas de voos, principalmente do Rio de Janeiro e São Paulo, refletiram nos horários de decolagens marcados para esta quarta também no aeroporto internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte. Pelo menos 12 voos previstos para deixarem o terminal no fim da manhã e início da tarde foram cancelados.

Quase todos eram de aeronaves que deveriam ter saído dos aeroportos de Santos Dumont, no Rio, e Congonhas, em São Paulo, mas nem chegaram a Confins. Os voos atrasados, por sua vez, tinham destinos diversos, mas, na maioria dos casos, os passageiros tiveram que esperar menos de uma hora em relação ao horário previsto.

"Problemas pontuais"

A presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Solange Vieira, pediu hoje (22) à população que se prepare para greve dos aeroviários e aeronautas, marcada para começar amanhã, antevéspera de Natal. O Sindicato dos Aeroviários confirmou a paralisação. Não houve acordo entre os sindicatos e as empresas aéreas em reunião ocorrida ontem (21).

“Os passageiros devem se informar, procurar saber, antes de sair de casa, se tem algum movimento de greve significativo, se realmente os voos estão sendo impedidos de decolar”, disse Solange Vieira, após vistoriar o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Apesar de reconhecer a possibilidade de problemas nos aeroportos na véspera do Natal, a presidente da Anac afirmou que a paralisação, se ocorrer, não trará grandes consequências. “Amanhã não haverá uma paralisação grande. Se houver alguma paralisação, será em alguns pontos, o que será facilmente controlado”, disse.

Segundo ela, a afirmação de que os problemas serão pontuais se baseia em conversas que a Anac mantém com os sindicatos de trabalhadores do setor. “A gente tem conversado com comissários, tripulantes, pessoal de terra. O Ministério da Defesa está conversando com os sindicatos. Os sindicatos sabem da importância para o país da aviação funcionar no dia de amanhã”.

De acordo com Solange Vieira, em caso de paralisação, a Justiça irá julgar a legalidade do movimento.

* Com informações da Agência Estado e da Agência Brasil