Topo

Chineses e brasileiros comandam operação de usina Candiota 3 com a ajuda de tradutores

Gislene Nogueira <br>Enviada Especial da TV Brasil

Em Candiota (RS)

28/01/2011 15h05

Na nova Usina Termelétrica (UTH) Candiota 3, no interior do Rio Grande do Sul, brasileiros e chineses trabalham juntos na produção de energia à base de carvão. Na fase atual, de inicio de operação comercial, são 500 brasileiros e 120 chineses dividindo a mesma planta industrial. Uma equipe de tradutores foi contratada para tornar possível a comunicação entre os trabalhadores que falam mandarim e os que falam português.

O tradutor David Chen, chinês que mora há 26 anos no Brasil, está sempre circulando pela sala de controle. Todas as trocas de informação são intermediadas por ele. Quando é preciso acionar algum comando ou executar qualquer manutenção, Chen transmite as informações técnicas do lado chinês para o brasileiro, ou vice-versa.

Parte do investimento para a construção da usina foi financiada pelo banco de fomento chinês China Development Bank (CDB). Os equipamentos usados na planta foram produzidos na China e um contrato de transferência de tecnologia e assistência técnica prevê que os brasileiros sejam treinados para operar e fazer a manutenção da usina.

Quando não há um tradutor por perto, o operador de caldeira Marcos Silveira diz que mesmo a comunicação mais simples se torna complicada. "Os idiomas são completamente diferentes e, sem o tradutor, seria quase impossível entender só por mímica”.

Ainda assim, já foi preciso pedir aos trabalhadores que fizessem desenhos em uma folha em branco para que as informações pudessem ser transmitidas com exatidão. Chen explica que “em situações mais difíceis, quando um termo é muito técnico para ser explicado, a gente pede para um dos lados fazer um desenho
para facilitar o entendimento e esclarecer dúvidas”.

O engenheiro e coordenador do projeto da usina, Hemes Ceratti Marques, acredita que a opção de contratar tradutores ajudou muito o trabalho integrado entre brasileiros e chineses. Ele diz que “temos várias diferenças culturais e de práticas de trabalho dos dois lados, mas com o auxílio de alguns tradutores, resolvemos bem essas diferenças e dificuldades”.

Em fevereiro, a equipe de chineses será reduzida para 85 profissionais que permanecerão no Brasil até dezembro. A partir de 2012, a produção de energia em candiota 3 será comandada apenas por brasileiros.