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Em meio à proliferação da dengue, Londrina (PR) proíbe flores e vasos em cemitérios da cidade

Janaina Garcia <br>Do UOL Notícias

Em São Paulo

10/02/2011 16h41

A proibição a flores --artificiais e naturais--, vasos e arranjos nos cemitérios da cidade, a partir desta quinta-feira (10), foi uma das alternativas que a Prefeitura de Londrina (379 Km de Curitiba) encontrou para tentar frear o avanço da dengue no município. Dos 582 casos registrados da doença em todo o Paraná, 275 estão no município da região norte --203 deles na zona leste da cidade.

Os números constam do balanço mais recente da Secretaria de Saúde do Paraná, divulgado no último dia 7. Conforme o documento, em 165 municípios há 5.064 notificações ainda sob investigação. Também nesse caso Londrina lidera o ranking, com 1.776 casos suspeitos, seguida das cidades de Jacarezinho (545), na divisa com o Estado de São Paulo, e Foz do Iguaçu (509), na fronteira com a Argentina e o Paraguai.

Segundo a superintendente da autarquia municipal que administra os cinco cemitérios da zona urbana e os oito da zona rural de Londrina, Luciana Viçoso, a proibição aos vasos e flores artificiais é permanente; as flores naturais só serão permitidas em datas específicas --dia das mães (maio), dia dos pais (agosto) e finados (2 de novembro).

“São medidas mais drásticas, mas necessárias, tendo em vista que a cidade decretou estado de emergência, devido à doença, no último dia 31”, justificou. “Além disso, as campanhas de conscientização que fizemos com as pessoas que visitam os cemitérios, a fim de que evitassem focos para o mosquito da dengue, não surtiram efeito; elas não têm noção ainda do que está acontecendo."

A determinação, expressa em decreto municipal, não prevê multa em caso de desobediência --apenas a retirada sumária dos arranjos, flores e vasos capazes de armazenar água.

Histórico e mortes

A proliferação de casos de dengue em Londrina não é novidade: nos últimos sete anos a cidade alterna períodos mais ou menos críticos de combate à doença. O ano de 2003 marcou a maior epidemia da história do município: foram mais de 7.000 confirmações em todas as regiões.

Atualmente, além de um paciente confirmado com dengue hemorrágica (forma mais grave da doença), a Secretaria Municipal de Saúde aguarda do Lacen (Laboratório Central do Estado), em Curitiba, o resultado de exames que comprovarão ou não se três pessoas que morreram com sintomas da doença estavam de fato contaminadas.