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Médico de 71 anos é preso em Caxias do Sul (RS) acusado de abusar de menores e traficar drogas

Especial para o UOL Notícias<BR>Em Porto Alegre

18/02/2011 17h13Atualizada em 18/02/2011 17h17

Um médico gastroenterologista de 71 anos foi preso na noite de quinta-feira (17) em Caxias do Sul, na serra gaúcha, acusado de corrupção de menores e de tráfico de drogas. Maximiliano José Mazzocchi está detido preventivamente na Penitenciária Industrial e responde a processo na 4ª Vara Criminal da cidade.

O médico é suspeito de corromper jovens com drogas, bebidas e dinheiro em troca de favores sexuais. Segundo a polícia, Mazzocchi fazia festas regadas a cocaína e uísque em um amplo apartamento de um prédio da área central de Caxias do Sul, onde residia até o final do ano passado. Ali, mantinha relações sexuais depois de ministrar tranquilizantes às vítimas. 

Ele foi denunciado pelo promotor Alexander Guterres Thomé com base nas investigações realizadas pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Os crimes, de acordo com a investigação, teriam ocorrido entre o final de 2009 e durante o ano de 2010. O médico nega todas as acusações.

A Justiça recebeu a denúncia no último dia 9 de fevereiro. No despacho, a juíza Sonáli da Cruz Zluhan reitera que a prisão preventiva serve para garantir a ordem e o andamento do processo, uma vez que Mazzocchi foi advertido formalmente durante a investigação policial, mas continuou a fornecer substâncias ilícitas para os menores.

O réu vinha sendo investigado desde 2009 pela DPCA por meio de denúncias de vizinhos ao Conselho Tutelar e de uma ocorrência de desordem registrada pela Brigada Militar (BM). De acordo com a polícia, Mazzocchi não estava mais morando no prédio desde o final do ano passado.

De acordo com a titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Deca), Sueli de Fátima Rech, o médico oferecia dinheiro a adolescentes em troca de relações sexuais. "Segundo relato das vítimas, ele colocava Rivotril (medicamento para transtornos de ansiedade) na bebida dos adolescentes e depois tinha relações sexuais com eles.”

Ainda segundo Sueli, o médico conhecia os adolescentes em festas, academias ou por meio de outros jovens.

Outro lado

O advogado do médico, Márcio Tadeu Amaral, disse que seu cliente admitiu que conhece algumas das pessoas citadas no processo, mas negou que tenha oferecido drogas ou álcool em troca de favores sexuais.

Amaral afirmou que pretende ingressar com pedido de habeas corpus para Mazzocchi, alegando o princípio da presunção de inocência e a idade avançada do acusado.