Em 15 dias, cidade capixaba tem chuva de 4 meses; ES tem 8 municípios afetados

O município de Alegre, no sul do Espírito Santo, recebeu em 16 dias a quantidade de chuva esperada para quatro meses. De 23 de fevereiro a 9 de março, choveu na cidade 479 milímetros, o que equivale ao que normalmente chove durante um terço do ano, segundo informações da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Além de Alegre, outros sete municípios do Espírito Santos foram afetados pelas chuvas que atingem o Estado entre o final de fevereiro e o início de março. São eles: Cachoeiro de Itapemirim, Guaçuí, Bom Jesus do Norte, Marechal Floriano, Domingos Martins, São Gabriel da Palha e Muniz Freire.

Em Alegre, equipe formada pelo Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Defesa Civil Estadual e prefeitura interditaram casas que estão em áreas de risco na zona urbana do município, cortado por vários rios e córregos. Ainda não há o número de pessoas desalojadas e desabrigadas em Alegre.

Em Cachoeiro do Itapemirim, o rio Itapemirim, que chegou a ficar 3,7 m acima do nível normal, está voltando à normalidade, segundo a Defesa Civil Estadual. Deslizamentos de terra aconteceram nos bairros Novo Parque (2 desalojados) e Santa Cecília (6 desabrigados). Oitenta pessoas tiveram que deixar suas casas em Pacotuba, devido ao aumento do nível do rio. No total, são 66 desalojados (alojados em casas de amigos e parentes) e 58 desabrigados (encaminhados a abrigos públicos).

No município de Guaçuí, o rio Veado está 5,20 metros acima do nível normal, e parte da avenida Beira Rio desabou. Ao menos 60 famílias estão desabrigadas. Deslizamentos de terra atingiram casas e estabelecimentos comerciais, mas não há registro de feridos, informa a Defesa Civil Estadual.

Em Bom Jesus do Norte, o rio Itabapoana está 4 metros acima do nível normal. Em Marechal Floriano, o braço sul do rio Jucu, que corta a área urbana, subiu 2,50 metros, mas está baixando. A queda de uma barreira atingiu o km 45 da BR-262, mas a via já foi desobstruída. Houve 12 pontos de deslizamento de terra e 12 pontos de alagamento na sede do município. Uma casa foi atingida por um deslizamento de terra, mas não houve vítimas, segundo a Defesa Civil Estadual.

No município de Domingos Martins, um deslizamento de terra atingiu uma residência, mas ninguém se feriu. Uma ponte que liga a sede do município a Melgaço, sobre o braço norte do rio Jucu, foi parcialmente atingida e está com trânsito liberado em meia pista.

Já em São Gabriel da Palha, região noroeste do Estado, a chuva provocou alagamentos em três bairros entre terça e quarta-feira (9), e várias pessoas deixaram suas casas, mas retornaram logo após o fim da chuva. A situação é mais grave no bairro de Santa Cecília.

Em Muniz Freire, a chuva da última terça-feira fez transbordar o rio Vargem Grande e escorregou encostas no município. Há pelo menos 80 desalojados e 20 desabrigados. No total, 30 casas foram danificadas. O abastecimento de água e o sistema de transporte também foram afetados.

Previsão do tempo

Segundo a Defesa Civil Estadual, nesta sexta-feira existem condições favoráveis para a ocorrência de pancadas de chuvas de intensidade moderada a forte nas regiões Serrana (principalmente na parte central da região) e Nordeste do Estado (principalmente na parte sul da região) no decorrer do dia.

No sábado, deve chover, também com intensidade moderada e forte, nas regiões Serrana (principalmente na parte sul da região) e Sul do Estado (principalmente na parte central da região) no decorrer do dia.

Essas chuvas deverão ocorrer de forma localizada e elas deverão vir acompanhadas de rajadas de ventos fortes, descargas elétricas, acumulados significativos de precipitação em um curto período de tempo e eventual queda de granizo, informa da Defesa Civil do Estado.