Topo

Polícia acredita que assassinato de irmãs em Cunha (SP) teve participação de mais duas pessoas

Rodrigo Machado<br> Especial para o UOL Notícias<br> Em São José dos Campos (SP)

01/04/2011 12h30

A Polícia Civil de Guaratinguetá trabalha com a hipótese de outras duas pessoas terem participado do assassinato das irmãs encontradas mortas na última segunda-feira (28), em Cunha, a 231 km de São Paulo. O principal suspeito, Ananias dos Santos, 27, continua foragido. Ele integra a lista dos 25 criminosos mais procurados do Estado de São Paulo.

A hipótese foi levantada pelas equipes de investigadores e a delegada seccional de Guaratinguetá (SP), Sandra Maria Pinto Vergal, que acreditam que os corpos de Josely Laurentino de Oliveira, 16, e Juliana Vânia de Oliveira, 15, teriam sido levados para a mata fechada com ajuda de pelo menos um cúmplice.

Ainda não foi descartado o envolvimento da namorada de Santos, a enfermeira Maria José, 49, no crime, mas ela teve a prisão negada pela Justiça e está hospedada em uma cidade vizinha sob acompanhamento de um psicólogo, segundo a delegada.

A perícia técnica realizada no carro da ex-namorada não apontou nenhum indício relacionado ao crime. “Minha cliente não tinha ciúmes e mantinha um relacionamento com a família das irmãs. Ela está à disposição da Justiça para contribuir com o caso”, disse o advogado da enfermeira, Fábio Fernando Caetano de Araújo.

  • Reprodução

    Josely e Juliana, irmãs assassinadas em Cunha (SP)

Santos é condenado por roubo, porte ilegal de armas, formação de quadrilha e constrangimento ilegal em Lorena e Cachoeira Paulista, entre 2002 e 2003, período que fazia parte da quadrilha “Irmãos Metralhas”. Ele está foragido do Pemano (Centro de Progressão Penitenciária Dr. Edgard Magalhães Noronha), de Tremembé, desde março de 2009, quando recebeu permissão para saída temporária de Páscoa.

Protesto

Ontem à tarde, cerca de 3.000 moradores participaram de uma manifestação por paz, justiça e mais seguranças nas ruas de Cunha. Na ocasião, os organizadores da passeata coletaram 500 assinaturas pedindo mais segurança na cidade, que conta com 19 soldados da Polícia Militar, segundo o capitão e comandante do policiamento de Guaratinguetá, Marco Antônio de Oliveira.

A passeata terminou na praça da Igreja Matriz, onde os participantes homenagearam as vítimas em uma celebração ecumênica. Masataka Ota e Keiko Ota, pais de Ives Ota, 8, morto durante sequestro em 1997, também participaram da manifestação. “Chega de violência. Precisamos de Justiça e mais policiamento nas ruas”, disse ele ao UOL Notícias.

Caso

As irmãs desapareceram no dia 23 de março e os corpos foram encontrados cinco dias depois do crime pela Polícia Militar. Elas foram mortas a tiros. Juliana foi morta com quatro tiros e Josely com um tiro no peito e outro na cabeça.

As investigações apontam que Santos teria cometido o assassinato das adolescentes por prova de amor à namorada. Ele morava no mesmo bairro das irmãs. Depoimentos sobre o caso relatam que o procurado estaria apaixonado por uma das irmãs e teria cometido o crime para demonstrar que não havia interesse algum na adolescente.

Informações que possam contribuir com a investigação podem ser passadas pelo disque-denúncia 181 ou na Polícia Civil 197.