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Alunos que presenciaram a chacina voltam à escola no Realengo

Mauricio Stycer

Enviado especial do UOL Notícias<br>No Rio de Janeiro

19/04/2011 13h25

Depois de abrir na segunda-feira apenas para alunos no 9º ano, a Escola Municipal Tasso da Silveira recebeu nesta terça-feira estudantes de todas as turmas. Várias crianças que presenciaram a chacina ocorrida no último dia 7 voltaram ao colégio.

Ainda com uma tipóia no braço, por conta do tiro que levou, Jhonatan Oliveira, de 14 anos, contou que apenas conversou com os colegas neste primeiro dia. O menino foi um dos que, logo depois dos primeiros tiros de Wellington Menezes, correramu da sala para chamar a polícia.

Ao lado do primo, Ian Oliveira, também usando uma tipóia no braço por causa de uma bala que o atingiu, Jhonatan parecia feliz pelo reencontro com os colegas. Ian contou que pensou em trocar de escola, mas desistiu da ideia ao sentir vontade de rever os amigos.

Além dos cuidados hospitalares, ambos receberam atendimento psicológico, mas não manifestaram maior entusiasmo pelos encontros que tiveram com profissionais desta área.

Também voltou às aulas a menina Julia, de 13 anos, cuja melhor amiga, Carine, morreu no massacre. No dia, ela não foi ao colégio, contou sua mãe, Maria Valeria Barbosa de Freitas. “Na véspera, ela brigou comigo porque eu não deixei ela ir à igreja. No dia, ela acordou e falou que não queria ir à escola. Eu disse: tudo bem”, contou.

Os alunos não tiveram aula nesta terça-feira. Houve apenas atividades recreativas, como desenho, e exibição de capoeira no pátio e na quadra. Esse ritmo deve continuar por alguns dias ainda.

Enquanto não retoma as aulas propriamente, a Tasso da Silveira vai funcionar em turnos reduzidos. Na manhã, apenas das 8h às 11h; à tarde, das 14h às 17h e à noite, das 18h às 20h.