Corpo de atirador de Realengo continua no IML do Rio; prazo para retirada pode ser estendido
Duas semanas depois do massacre em Realengo, o corpo do atirador Wellington Menezes de Oliveira, 23, continua no IML (Instituto Médico Legal) Afrânio Peixoto, no centro do Rio, esperando reconhecimento. O corpo foi encaminhado ao local na quinta-feira, dia 7, após ter sido retirado da escola, onde morreu, pelos policiais.
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As primeira informações dadas pela Polícia Civil do Rio eram de que se nenhum familiar aparecesse para retirar o corpo até amanhã (22), ele seria enterrado como indigente no cemitério de Santa Cruz, outro bairro da zona oeste da cidade.
No entanto, a corporação informou ontem que o prazo pode ser estendido por se tratar de um morto publicamente conhecido e para dar mais tempo a família dele, que pode estar se sentindo ameaçada. Nesta quinta-feira, o IML disse que o prazo vale apenas para dias úteis e, por isso, o corpo permanece no local pelo menos até segunda-feira (25).
Wellington foi adotado ainda bebê. A casa onde viveu com a família em Realengo está abandonada e a irmã, que mora no imóvel, não foi mais encontrada desde o dia do crime. Vizinhos dizem que ela foi para Brasília, onde mora um irmão. Em setembro do ano passado a mãe adotiva morreu, o que fez com que ele fosse morar em uma casa em Sepetiba, também na zona oeste. O pai já havia morrido há alguns anos.
Laudo
No último dia 12, o IML divulgou nota afirmando que o laudo cadavérico de Wellington concluiu que o atirador cometeu suicídio. Segundo a nota, os ferimentos penetrantes e transfixantes que levaram a morte de Wellington foram provocados por "ação perfuro contundente de projétil de arma de fogo (PAF) no crânio (têmpora direita) e abdômen com lesão de encéfalo, fígado e rim direito". De acordo com os legistas, um dos indícios de que houve suicídio foi o tiro encostado na têmpora, mas o confronto balístico ainda será finalizado.
A nota do IML informa ainda que a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, determinou que os laudos cadavéricos das crianças não será divulgado.
Entenda o caso
Na quinta-feira (7), por volta de 8h30, Wellington Menezes de Oliveira entrou na escola Tasso da Silveira, em Realengo, dizendo que iria apresentar uma palestra. Já na sala de aula, o jovem de 23 anos sacou a arma e começou a ameaçar os estudantes.
Segundo testemunhas, o ex-aluno da escola queria matar apenas as virgens. Wellington deixou uma carta com teor religioso, onde orienta como quer ser enterrado e deixa sua casa para associação de proteção de animais.
O ataque, sem precedentes na história do Brasil, foi interrompido após um sargento da polícia, avisado por um estudante que conseguiu fugir da escola, balear Wellington na perna. De acordo com a polícia, o atirador se suicidou com um tiro na cabeça após ser atingido. Wellington portava duas armas e um cinturão com muita munição.
Doze estudantes morreram --dez meninas e dois meninos-- e outros 12 ficaram feridos no ataque.
Na sexta (8), 11 vítimas foram sepultadas nos cemitérios da Saudade, Murundu e Santa Cruz. Já no sábado pela manhã, o corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, 13, o último a deixar o Instituto Médico Legal (IML), foi cremado no crematório do Carmo, no centro do Rio.
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