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Familiares terão prioridade pela guarda da criança abandonada em uma caçamba de lixo

Felipe Pupo<br>Especial para o UOL Notícias<br>Em Praia Grande (SP)

25/04/2011 12h40

O Conselho Tutelar de Praia Grande informou que os familiares terão prioridade para conseguir a guarda da criança recém-nascida que foi abandonada em uma caçamba de lixo, em Praia Grande, litoral de São Paulo. Mesmo assim, o destino do bebê permanece indefinido até o momento. O pai da criança já entrou com um pedido na Justiça para obter a tutela, mas os parentes maternos também devem pleitear a causa.

Além disso, o Conselho Tutelar não descarta totalmente a possibilidade de a criança ser encaminhada à adoção. “Os familiares terão de provar que têm condições psicológicas e financeiras para assumir a guarda da criança. Caso contrário, a recém-nascida poderá ser encaminhada à adoção”, aponta a conselheira tutelar de Praia Grande, Michele Quintas. 

No momento, o quadro clínico da menina permanece estável. Ela está internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Irmã Dulce e poderá receber alta até o final da semana.

Após receber alta no hospital, a criança será encaminhada ao abrigo de Praia Grande, onde receberá o atendimento de pediatras e assistentes sociais. Apesar disso, não se sabe o período em que a criança pode ficar no abrigo. Tudo vai depender da decisão judicial sobre a guarda da criança, o que pode ter duração de alguns meses. 

Já a mãe da criança, a auxiliar-geral R.S.L., 39 anos, foi presa no último sábado (23), e prestou esclarecimentos à polícia. Ele alega que o abandono “foi um ato de desespero”. A mãe do bebê também disse que sofre de depressão pós-parto e lamentou a ausência do pai da criança no período de gestação. Ela poderá ser processada por abandono de incapaz. 

O pai do bebê, de 58 anos, que preferiu não se identificar, trabalha como vigia noturno no mesmo local onde a mãe trabalhava. O casal teve um relacionamento amoroso casual e ela acabou engravidando. Em entrevista à imprensa local, ele garantiu que ficou sabendo que era pai da menina por meio das notícias divulgadas nos meios de comunicação. “Ninguém do trabalho soube da gravidez”. Para ele, a mãe da criança não agiu racionalmente e precisa de assistência médica. “Ela é trabalhadora. Acho que fez isso por motivos financeiros”. 

Disputa judicial

O caso da criança abandonada deve ganhar novos capítulos na Justiça. Isso porque os parentes da mãe também desejam ter a guarda da criança. Mas o pai também entrou com um pedido para tomar a guarda.

A auxiliar-geral que foi presa tem outros seis filhos, sendo que três deles são menores de idade. A tutela dessas crianças pertence a uma sobrinha, que mora em São Paulo e já manifestou o desejo de cuidar também da menina abandonado. Além disso, os outros filhos da mãe do bebê abandonado, que são maiores de idades, manifestaram interesse em cuidar da irmã. 

A criança seguirá para a adoção se não houver qualquer possibilidade de permanecer junto à família biológica. 

O UOL Notícias divulga apenas as iniciais do nome da mãe para evitar que a criança seja identificada.