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Acusado por morte de irmãs em Cunha (SP) será acareado com ex-namorada suspeita

Rodrigo Machado

Especial para o UOL Notícias<br>Em São José dos Campos (SP)

17/05/2011 14h29

A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Guaratinguetá (SP) fará na tarde desta terça-feira (17) a acareação entre Ananias dos Santos, 27,  acusado de matar as irmãs Josely de Oliveira, 16, e Juliana Oliveira, 15, em Cunha (a 231 km de São Paulo), e a suspeita e ex-namorada Maria José da Silva, 50.

Até o final da manhã de hoje, o delegado titular da DIG, Homero Vilela Vieira, não tinha recebido a autorização da Penitenciária 1 de Potim, onde Ananias está preso desde o último dia 5, para transferi-lo para a acareação em Guaratinguetá. “Eles ficarão frente a frente a fim de esclarecermos as poucas dúvidas que ainda faltam para o encerramento do inquérito”, disse.

Durante as investigações, Maria José era considerada a principal testemunha do caso, mas as contradições em seus cinco depoimentos, as provas em relação às ligações feitas de seu celular e as dificuldades para esclarecer seu relacionamento com Ananias contribuíram para que ela fosse indiciada por participação no assassinato das adolescentes.

“Entendemos que ela não participou diretamente da execução das jovens, mas auxiliou Ananias dos Santos durante o planejamento do crime. Ela fez ligações para Ananias minutos antes de as vítimas serem mortas e um outro contato após a execução”, disse.

Na Penitenciária 1 de Potim, Ananias permanece em cela separada. Ele foi ouvido no último dia 3, quando reforçou que o motivo do crime foi a a maneira como ele estava sendo tratado pelas irmãs. À época ele chegou a confessar que era apaixonado por Juliana.

Crime

As irmãs desapareceram no dia 23 de março, e os corpos foram encontrados cinco dias depois pela Polícia Militar. Juliana foi morta com quatro tiros, e Josely, com um disparo no peito e outro na cabeça. Os corpos também tinham sinais de violência. Exames apontaram que ambas não sofreram violência sexual.

Santos, que chegou a entrar na lista dos criminosos mais procurados do Estado de São Paulo, é condenado por roubo, formação de quadrilha, porte ilegal de arma e contrabando ilegal em Lorena e Cachoeira Paulista, entre 2002 e 2003.

Ele era foragido do Pemano (Centro de Progressão Penitenciária Dr. Edgar Magalhães Noronha), de Tremembé, desde março de 2009, quando recebeu permissão para saída temporária de Páscoa. Ele também é alvo de investigação da morte de um casal de Parati, no Rio de Janeiro. O caso ainda é apurado pela polícia carioca.