Topo

Pimenta Neves diz que já esperava ser preso

Do UOL Notícias

Em São Paulo

24/05/2011 20h21

"Ele já esperava há 1 mês com a mala pronta", diz delegado

O jornalista Antônio Marco Pimenta Neves se entregou na noite desta terça (24) à polícia, que foi até a porta de sua casa, na Chácara Santo Antônio, zona sul de São Paulo, para prendê-lo. Os policiais conduziram o criminoso até o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), no centro. Ao chegar ao local, o jornalista foi questionado por uma repórter sobre o que o teria convencido a se entregar. “Não precisou (que me convecessem a me entregar), estava esperando", disse ele, sorrindo.

Mais cedo, o STF (Supremo Tribunal Federal) negou, por unanimidade, o último recurso do jornalista e determinou que ele fosse preso imediatamente. Assassino confesso da também jornalista Sandra Gomide, ele havia sido condenado a 19 anos de prisão por júri popular, em 2006, mas conseguiu, no STJ (Superior Tribunal de Justiça) reduzir a pena para 15 anos, em regime inicialmente fechado.

Relator do caso na Corte, o ministro Celso de Mello havia indeferido um agravo de instrumento que fora ingressado pela defesa de Neves com a finalidade de contestar no STF a condenação pelo assassinato.

Na sessão, a ministra Ellen Gracie sugeriu a Mello que determine ao juiz da comarca de Ibiúna da imediata execução da sentença. “É chegado o momento de cumprir a pena”, enfatizou o ministro relator, referindo-se ao esgotamento de possibilidade de recursos possíveis por parte da defesa. A decisão também será oficialmente comunicada ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e ao TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

Em nota, o Supremo destacou avaliação feita hoje pela ministra Ellen Gracie --para a qual o caso Pimenta Neves é um dos crimes mais difíceis de se explicar fora dos tribunais. “Como justificar que, num delito cometido em 2000, até hoje não cumpre pena o acusado?”, questionou a ministra, para quem a quantidade de recursos apresentados pela defesa do jornalista foi exagerada, apesar de legais. O ministro Carlos Ayres Britto emendou: o número de recursos beira o “absurdo” e protelou a decisão final.

Os ministros da Segunda Turma fizeram questão de frisar que a instituição nunca concedeu habeas corpus para impedir a prisão do jornalista até o trânsito em julgado da condenação.