Chuvas dos últimos dias abrem buracos em ruas de Salvador e viram pesadelo para motoristas

A grande quantidade de chuva desde março tem sido um pesadelo para os motoristas que trafegam diariamente nas ruas de Salvador. A maioria das ruas e avenidas da cidade sofre com as dezenas de buracos que surgem a cada chuvarada. Em uma localidade da capital baiana conhecida como Baixa do Fiscal, na periferia, a reportagem de UOL Notícias contabilizou 67 buracos num raio de quatro quilômetros.

Na via, por onde passam centenas de automóveis, ônibus e caminhõesdiariamente, os buracos são de todos os tipos: desde bueiros abertos até caixas de esgoto que se transformaram em enormes crateras.

Para se livrar do perigo e dos prejuízos, motoristas colocam em risco a própria segurança e a de pedestres que caminham pelas calçadas e pelo meio da rua quando os passeios estão danificados. Outros locais, como a avenida Paralela, hoje um dos principais pontos de circulação de Salvador, com um fluxo de 90 mil veículos por dia, também possuem muitos buracos.

Na avenida Luiz Eduardo Magalhães, oito carros tiveram o pneu furado num mesmo dia no último fim de semana, e a rua Régis Pacheco foi apelidada pelos moradores de "solo lunar". De acordo com Evandro Theodoro, gerente de uma cadeia de lojas especializada em pneus e suspensões, os prejuízos podem chegar a R$ 1 mil por proprietário de veículo.

Ele confirmou que neste período do ano o movimento aumenta bastante, mas preferiu não estipular um percentual. “Muitos clientes aparecem nas lojas, principalmente com pneus cortados e rodas empenadas. Os gastos variam de R$ 400 a R$ 600, mas podem ser maiores, quando há problemas na suspensão”, afirmou.

O taxista David Falcão disse que, além do pneu cortado na noite do último sábado (21), na avenida Pinto de Aguiar, perto da Orla Marítima de Salvador, também perdeu um cliente. “Estava indo buscar uma pessoa no aeroporto e fui surpreendido por um buraco. Lá se foram o pneu e o passageiro”, afirmou David.

Operação tapa-buraco está em curso

De acordo com informações do responsável pela Superintendência de Conservação e Obras Públicas do Salvador (Sucop), Sóstenes Macedo, há, em curso, uma operação para recuperação emergencial das vias com maior fluxo de veículos. “Estão sendo utilizadas 250 toneladas de asfalto por dia”, informou o dirigente.

Entretanto, Macedo admitiu que os recursos existentes ainda não são suficientes para a demanda e disse que existem várias vias com o prazo de vida útil vencido há muitos anos. “Em alguns casos, até duas décadas sem um processo total de recuperação.”

Com relação à qualidade de asfalto, Macedo disse ser boa, mas admitiu que o procedimento utilizado (com as pistas molhadas), que reduz a vida útil da reforma, não é o mais adequado, apenas o necessário para as situações emergenciais.

Ainda segundo o superintendente da Sucop há uma luz no fim do túnel para a recuperação asfáltica das ruas e avenidas de Salvador com a aprovação pela Câmara Municipal do repasse de R$ 60 milhões, que deverá ser feito pela Embasa (concessionária estadual de abastecimento de água) pelo uso do solo.

Não existe previsão nem para a forma de pagamento e nem para o início deste repasse.