Violência no campo não diminuirá sem reforma agrária, diz presidente da CPT na Câmara
Uma audiência conjunta das comissões de Constituição Justiça e de Cidadania (CCJ) e de Direitos Humanos e Minorias na Câmara dos Deputados discute nesta terça-feira (28) a impunidade dos crimes contra trabalhadores rurais.
O presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Dom Landislau Biernaski, disse que a impunidade e a violência já são endêmicas no Brasil, e que “sem reforma agrária não haverá diminuição da violência no campo”. Para o religioso, os deputados e senadores têm responsabilidade pela realidade atual de crimes no campo porque o Congresso Constituinte não aprovou a limitação do uso da propriedade na Constituição de 1988.
O religioso disse que no Brasil cerca de 2% dos proprietários têm mais de metade das terras. Na Polônia, segundo ele, onde ocorreu a reforma agrária, 35% da população vivem da terra, enquanto no Brasil, apenas 18%. “Com essa imensidão, isso é incompreensível”, sustentou.
Dom Ladislau sustentou ainda que “grandes distorções, como a destinação pelo governo federal de mais de R$ 100 bilhões ao agronegócio e apenas 10% desse valor para os pequenos produtores, que produzem mais de 70% dos alimentos para os brasileiros”, contribuem para essa situação de violência.
Uma das autoras do requerimento para a realização do debate, a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), ressaltou a necessidade de buscar soluções para o problema, pois “quando não há punição todos se sentem livres para agir como querem”.
Seis camponeses foram mortos desde o final de maio na região Norte, cinco deles no sudeste paraense.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.