Conteúdo publicado há 6 meses

SP registra 500 B.Os contra golpes no Jogo do Tigrinho; polícia investiga

Mais de 500 boletins de ocorrências foram registrados em São Paulo desde o ano passado contra golpes no Jogo do Tigrinho. A plataforma é um caça-níquel online que exige dinheiro real para a realização das apostas.

O que aconteceu

Jogo é alvo de investigações da Polícia Civil de São Paulo. A corporação apura se organizações criminosas utilizam a plataforma para aplicar golpes mediante promessas de "dinheiro fácil", informou a SSP-SP (Secretaria da Segurança Público) de São Paulo.

Investigações já apontaram que plataformas ficam hospedadas fora do Brasil e são clandestinas. Segundo a 3ª Delegacia do Deic (Departamento de Investigações Criminais), golpistas criam perfis falsos e grupos nas redes sociais com convites para o jogo na tentativa de atrair novos usuários.

Criminosos também pagam influenciadores digitais para divulgar o jogo, diz polícia. Os criminosos também exigem que os influencers façam postagem mostrando itens de "ostentação" que teriam sido adquiridos supostamente por meio de ganhos na plataforma.

A pessoa clica no link e é redirecionada para a plataforma, onde faz um cadastro. Normalmente, ela paga para realizar esse cadastro e começa a realizar as apostas. O que apuramos nos inquéritos é que esses influenciadores têm feito postagens falsas de supostos ganhos no jogo. Ou seja, aquela quantia de R$ 10 mil, R$ 20 mil, R$ 90 mil que eles falam que ganham não é realidade. São postagens falsas que enganam os usuários e fazem com que passem a apostar cada vez mais.
Delegado Eduardo Miraldi

Em alguns casos, os usuários ganham, mas a conta é bloqueada. O delegado explicou que, após a vitória, o jogador paga uma quantia para liberar o valor total do prêmio, porém, a conta é bloqueada e ele fica sem receber. "Esses eventuais prêmios não são reais, temos inúmeros boletins de ocorrência registrados no estado de pessoas que apostaram e ganharam, mas nunca receberam o prêmio. O golpe está aí", destacou o delegado.

Influenciadores, donos das plataformas e intermediadores dos pagamentos realizados pelos usuários são investigados. A polícia explicou que essa é uma "estrutura bastante complexa" e que conta com muitas pessoas para a realização do crime.

Segundo a SSP-SP, em razão do alto volume de denúncias no estado, a Polícia Civil tem feito operações e indiciamentos contra os golpistas. As ações também incluem a apreensão de veículos e imóveis. "Além da contravenção penal devido ao jogo de azar, os envolvidos podem responder por estelionato, crime contra a economia popular, associação criminosa e lavagem de dinheiro", finalizou em nota.

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