São Paulo recebe menos da metade dos migrantes de 15 anos atrás, revela IBGE
São Paulo recebe menos da metade dos migrantes de 15 anos atrás, revela análise do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada hoje (15) a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) de 2009.
Em 2000, São Paulo havia recebido 1,2 milhão de novos migrantes ao longo dos cinco anos anteriores. A queda já ocorreu logo no período posterior, uma vez que, em 2004, o número de migrantes caíra para 832 mil. O processo se acentuou nos anos seguintes: em 2009, São Paulo havia recebido 535 mil migrantes durante os cinco anos anteriores. O dado de 2009 equivale a 43,7% daquele de 2000.
A diminuição no volume do fluxo migratório no Brasil nos últimos anos aconteceu de forma ampla. Nos últimos 15 anos, São Paulo saiu da condição de "área de baixa absorção migratória" para "área de rotatividade migratória". Em 2000, o Estado tinha 339 mil mais imigrantes do que emigrantes, ao passo que em 2009 o fluxo se inverteu, havendo 53 mil mais emigrantes do que imigrantes.
Semelhante processo se verifica no Rio de Janeiro. O Estado que em 2000 possuía 45 mil imigrantes a mais do que emigrantes, chegou a ter, quatro anos mais tarde, o número de emigrantes superior em 89 mil em relação ao de imigrantes. Em 2009, o fluxo de pessoas que deixaram o Rio de Janeiro foi superior em 24 mil pessoas na comparação com a quantidade daqueles que haviam elegido o Rio como nova residência.
Migrantes, por Grandes Regiões de residência em 26/09/2009
- Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009
De uma maneira geral, as estatísticas mostram que o Sudeste é hoje uma área de rotatividade migratória. Minas Gerais, que durante décadas foi um lugar de evasão migratória, hoje possui taxas semelhantes de imigrantes e emigrantes. O Espírito Santo, por sua vez, passou a ser um Estado que atrai novos migrantes.
Nordeste-Sudeste
Um dos fluxos historicamente mais intensos na migração interna no país, o Nordeste-Sudeste, enfraqueceu-se bastante desde 1995. Em 2000, quase 1 milhão de pessoas deixaram o Nordeste rumo ao Sudeste. Em 2004 e 2009, o número recuou para 548 mil e 444 mil, respectivamente.
Os pesquisadores do IBGE destacam que, embora o Nordeste ainda seja uma área que perde população, o ritmo da emigração está caindo. A região saiu de um déficit migratório de 764 mil pessoas em 2000 para 187 mil em 2009. Bahia e Maranhão continuam sendo Estados dos quais muitos habitantes saem. O principal destino dos emigrantes maranhenses é o Pará, enquanto a maioria dos baianos (56%) vai para São Paulo.
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