Polícia do Pará descarta que morte de agricultor tenha sido por questões agrárias; CPT diz que é cedo para conclusão
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Pará aguarda a conclusão do inquérito policial sobre a morte a tiros de um agricultor no Assentamento Alto Bonito, em Dom Eliseu (PA), no último domingo (24).
A Polícia Civil paraense confirmou a prisão de um homem na manhã de hoje (26), mas não divulgou o nome do suspeito, e descartou que o crime tenha sido provocado por conflitos agrários. O delegado responsável pelas investigações acredita que a morte foi devido a uma rixa entre os dois trabalhadores rurais.
As lideranças da CPT no Estado também não sabem ainda informar se a morte de Francisco Soares Oliveira foi provocada por conflitos agrários ou crime passional. Segundo o advogado da comissão em Marabá (PA), João Batista, ainda é cedo para confiar na versão de que o crime tenha sido provocado por desentendimentos pessoais entre o suspeito e a vítima.
“A polícia no Pará tem um problema, ela costuma concluir antes de investigar. Então, nós achamos que é cedo para dizer que sim e cedo para dizer que não. Preferimos que a polícia investigue e descubra a autoria e informe se o crime foi provocado por conflitos agrários”, disse o advogado.
Apesar da desconfiança, o representante da CPT declarou não ter ainda elementos suficientes para saber “com segurança” o motivo do crime. João Batista disse que o município onde a morte aconteceu fica distante de Marabá (PA) e de Belém (PA), o que dificulta o trabalho de apuração feito pela Comissão Pastoral da Terra.
A reportagem da Agência Brasil não conseguiu falar com o delegado Silvio Maués, que está cuidando do caso.
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