Capivaras são alvo de caçadores em São José do Rio Preto (SP); homens usam armas e até armadilhas
A represa de São José do Rio Preto (SP), considerada um dos cartões-postais do município, está sendo palco de uma cena insólita: caçadores estão matando capivaras que habitam o local. Segundo a administração do Parque da Represa, dezenas de animais foram mortos no primeiro semestre deste ano. A maioria deles vítima de armadilhas ou de tiros.
Atualmente existem cerca de 150 capivaras residindo na represa. Os animais convivem com os moradores, que usam o parque para caminhadas, e estariam acostumados com a presença do ser humano, segundo a administração.
A Polícia Militar Ambiental é quem monitora a ação dos caçadores. Em junho foram efetuadas duas prisões: os homens estavam abatendo os animais com armas de fogo. Oito armas foram apreendidas.
De acordo com o tenente Alessadro Daleck, que efetuou as prisões, os caçadores são moradores dos bairros Cristo Rei e Brejo Alegre. Eles têm perfil semelhante: caçam por esporte e usam a caça para consumo próprio.
Os dois foram indiciados por porte ilegal de armas e enquadrados no artigo 29 da lei 9605, que proíbe a caça. Eles foram conduzidos ao CDP (Centro de Detenção Provisória), mas foram liberados após pagamento de fiança.
Há também o caso de um caçador que deixou o animal preso numa armadilha de corda e fugiu. A capivara acabou morrendo em decorrência de infecção causada pela pressão da corda no pescoço.
O período de caça se acentua de junho a setembro, quando o leito do rio baixa e os animais, que costumam ficar submersos, ficam expostos e mais vulneráveis.
O tenente Igor Khenzo Riaza, comandante do pelotão de Polícia Ambiental de Rio Preto, disse que a população deve denunciar quando constatar maus tratos aos animais ou caçadores em ação no parque da represa. Ele informa que polícia faz patrulhamento diário no local. Mas admite que a maioria dos casos fica sem registro por se tratar de uma área extensa.
Já a prefeitura se prepara para cercar a área e evitar que as capivaras saiam dos limites do parque e invadam as ruas, o que tem resultado em atropelamentos dos animais, outra causa de mortes. O projeto ainda depende de licitação e não tem data para ser realizado.
O secretário de Meio Ambiente e Urbanismo, José Carlos de Lima Bueno, informou ao UOL Notícias que tem orientação do Ibama para que a grama no entorno dos lagos seja aparada para forçar as capivaras subirem o rio Preto e se afastarem da área urbana. “Porém, elas estão aqui há 20 anos e sempre vão existir, pois sobem o rio, mas acabam voltando.”
O Parque da Represa foi criado em 1956 e possui pista de caminha de 2.700 metros no lago 2 e outra de 4.000 metros no lago 3. Há no local ainda três conjuntos de equipamentos de ginástica e sanitários. No lago 3 acaba de ser construída uma ciclovia com 4 km de extensão. Além das capivaras existem dezenas de espécimes silvestres como pacas, lontras e aves no local. Para denunciar o telefone da Polícia Ambiental é 17-3234-4122.
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