Polícia apreende seis tatus pebas mortos e escondidos em van em Pernambuco
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) apreendeu seis tatus pebas congelados no bagageiro de uma van de transporte alternativo, na BR-116, próximo ao município de Salgueiro (515 km do Recife), sertão do Estado, na tarde desta terça-feira (16).
Os animais abatidos estavam congelados para conserva escondidos em baldes com gelo. O veículo foi abordado por uma blitz do 8º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco, e após inspeção policial em busca de drogas descobriram os animais que estavam sendo transportados ilegalmente. A polícia foi informada pelo motorista da van que a bagagem pertencia a Paulo Antonio do Nascimento, preso em flagrante por crime ambiental.
O acusado foi encaminhado para a delegacia de Salgueiro, onde foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência. Após a aplicação da multa do Ibama, ele foi liberado devido à pena máxima do crime, que seria de seis meses a um ano de reclusão. Agora, Paulo do Nascimento vai responder na Justiça por tráfico de animais silvestres e crime ambiental.
Segundo o chefe do escritório regional do Ibama em Salgueiro, Antonangelo Augusto Pereira, o acusado alegou que os tatus pebas seriam para consumo próprio, mas mesmo assim o Ibama aplicou uma multa de R$ 30 mil – R$ 5 mil por cada animal apreendido.
“Pela quantidade que o rapaz estava transportando esses animais não seriam para consumo próprio, mas sim para revenda. O abate dos pebas é ilegal porque esses animais correm risco de extinção”, afirmou o analista ambiental.
Em depoimento à polícia, Paulo Antonio relatou que comprou os animais já abatidos no Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos de Pernambuco (Ceape), em Petrolina, e iria levá-los para casa, no município de Serra Talhada.
O consumo da carne de tatus não é recomendada devido ao risco de transmissão de doenças, como a doença de Chagas. Os animais foram levados para um terreno e incinerados pelo Ibama.
Prato exótico
A caça aos tatus pebas é crime ambiental, mas mesmo assim a prática ocorre irregularmente no Sertão do Estado para ser usado em pratos exóticos da culinária nordestina.
Devido à casca dura, geralmente esses animais são consumidos em ensopados. A caça ostensiva aos pebas causou a ameaça de extinção dos tatus na região Nordeste. A espécie está inscrita na lista da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (Cites).
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