PF detém em Pernambuco seis suspeitos de desviar R$ 1,8 milhão da merenda escolar
Depois de mais de três anos de investigações, a Polícia Federal (PF) deteve seis suspeitos de participar de um esquema de desvio e lavagem de dinheiro público destinado à compra de merenda escolar. A estimativa é que R$ 1,8 milhão tenham sido desviados.
Seis mandados de condução coercitiva (quando o suspeito é detido para prestar depoimento e liberado em seguida) foram cumpridos em Pernambuco, como parte da Operação Mar de Lama. Mais 50 pessoas deverão ser intimadas a prestar depoimento nos próximos dias.
Segundo a PF, foram detidos um político cujo cargo ainda não foi divulgado, dois gerentes de banco, um servidor público, um empresário e um estudante.
O esquema começou a ser investigado em 2007 e envolve empresas de alimentação que fornecem merenda escolar a várias prefeituras de Pernambuco. A PF também investiga o pagamento de salários a funcionários fantasmas.
Embora um único político tenha sido detido hoje, a PF informa, em nota, que as investigações “apontam um largo esquema de corrupção e desvio de verbas públicas envolvendo diversos políticos” suspeitos de pagar propina para garantir apoio a projetos, “em uma espécie de mensalão”.
Segundo as investigações preliminares, o grupo abria contas bancárias com documentos falsificados, em nome de pessoas que não existem. As contas eram então usadas para lavar o dinheiro obtidos por meio de corrupção e peculato, dificultando o rastreamento das irregularidades.
A PF também diz ter indícios de que empresários que mantinham contratos com uma das prefeituras investigadas eram vítimas de extorsão. De acordo com a PF, eles eram obrigados a participar do esquema e financiar, por meio de caixa 2, a reeleição de um prefeito cujo nome não foi informado. A assessoria da PF também não revelou se esse prefeito é o político detido para prestar depoimento.
Esta é a terceira operação deflagrada hoje (25) pela PF para apurar suspeitas de fraude com o dinheiro público. Em Salvador, a Operação Nevasca resultou na prisão de 17 pessoas suspeitas de fraudar a Previdência Social. Mais cinco pessoas investigadas por supostas fraudes em financiamentos bancários concedidos pela Caixa Econômica Federal foram presas em Governador Valadares (MG) e em Vila Velha (ES).
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