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Frota de veículos em Pernambuco chega a dois milhões

Carol Guibu

Especial para o UOL Notícias <br> Em Recife

01/09/2011 15h38

A frota de veículos de Pernambuco chegou a dois milhões de veículos emplacados esta semana, número que é um marco na história do Estado. O fato, porém, tem gerado opiniões divergentes. Para alguns, o número reflete o crescimento econômico local e de renda. Para outros, o aumento do número de carros nas ruas gera temor quanto à mobilidade nas cidades no futuro próximo.
 
Com essa frota, Pernambuco passa a ser o segundo Estado do Nordeste com o maior número de veículos, atrás apenas da Bahia, com cerca de 2,5 milhões de carros. Segundo a presidente do Detran-PE, Fátima Bezerra, cerca de 1.100 veículos são regularizados por dia em Pernambuco. Desse total, cerca de cem são oriundos de outros Estados. Ainda de acordo com ela, em 1961, a frota era de 28.961 carros. Foram quatro décadas para chegar a um milhão de veículos em Pernambuco, e, em apenas nove anos, esse número duplicou.
 
Na opinião de Bezerra, o aumento da frota é um sinal de que o Estado está se desenvolvendo e criando mais oportunidades para a população. “Um ponto positivo desse crescimento é poder avaliar o quanto não só a nossa economia cresceu, mas também o grau de educação, já que, para se obter uma carteira de habilitação, é necessário ser alfabetizado”, disse.
 
Para a professora universitária Carolina Lima, 31, o aumento do número de carros nas ruas causa temor. Há cerca de um mês, ela comprou seu primeiro veículo. “Minha intenção era diminuir o tempo do percurso da minha casa até meu trabalho, mas não funcionou muito", contou. "Com o trânsito que pego todos os dias, perco o mesmo tempo da época em que ia de ônibus", declarou. "Esse número [dois milhões de veículos] me causa medo”, revelou Lima.
 
De acordo com ela, para fazer um trajeto de 33 km, do bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes (Grande Recife), até o município vizinho de Cabo de Santo Agostinho (a 40 km do Recife) ela gasta até duas horas. “Estou começando a pesquisar outras formas de locomoção, como o metrô, mas até agora não achei nenhuma que fosse viável”, afirmou. Para a professora, uma das soluções seria o uso de bicicletas. “Se as pessoas que fazem trajetos curtos começassem a aderir às bicicletas, ajudaria bastante”, opinou.
 
O analista de marketing Felipe Martins, 26, não só concorda com ela como aderiu ao meio de transporte. Mesmo tendo condições de comprar um automóvel, ele prefere utilizar a bicicleta para circular em Recife. “Se eu trabalhasse muito longe de casa não teria como não usar um carro, mas, como trabalho perto, para mim se torna a melhor opção", disse. "Além de ser mais saudável e ecologicamente correto, com o trânsito como está, esse caminho que faço [de casa para o trabalho], me tomaria mais tempo se fosse feito de carro, do que de bicicleta”, completa.