Aeronáutica expulsa soldados presentes em festa que acabou em morte de jovem no Recife
Os três soldados da Aeronáutica acusados de convidar jovens para uma festa dentro de uma das suítes do Parque de Material Aeronáutica, no Recife, foram expulsos da corporação nesta quinta-feira (1º).
Durante a festa, no último dia 6 de agosto, Monique Valéria de Miranda Costa, 20 , acabou morta com um tiro na cabeça, disparado por uma das jovens com uma arma de um dos militares. Segundo a Aeronáutica, os militares já entregaram as fardas e se submeteram a exames médicos para oficializar o desligamento.
O comando da Aeronáutica informou que os soldados Bruno Lima, Eliedson Paulo e Gleidson Gonzaga foram desligados do serviço por infringirem o Estatuto dos Militares. Eles ainda vão responder a processos nas justiças Civil e Militar pela morte da jovem, que ocorreu no Hotel de Trânsito de Oficiais.
Ainda segundo a Aeronáutica, o processo administrativo deverá ocorrer após a conclusão do inquérito na Polícia Civil, que investiga a entrada de pessoas não autorizadas dentro do quartel.
Os três soldados e Monique de Freitas da Silva, 21, que confirmou a autoria do disparo que matou Monique Valéria, vão responder por homicídio culposo (sem a intenção de matar) na Justiça Civil.
Eles e a outra amiga Mércia Cristina Vieira da Silva, 21, também vão responder por fraude processual por terem mudado a cena do crime. De acordo com o delegado da DHPP, Igor Tenório Leite, o grupo limpou o quarto em que estava quando Monique Valéria foi atingida por um tiro de pistola 9 mm e “forjou que ela teria sido atingida por uma bala perdida em uma das ruas próximas ao quartel”.
A morte
As amigas Monique Valéria, Monique de Freitas e Mércia Cristina foram convidadas por um dos soldados a irem para o quartel participar de uma festa particular dentro de um dos quartos do Hotel de Trânsito do Pama, na noite do último 6 de agosto.
A noite, regada a bebidas alcoólicas, resultou na morte de Monique Valéria, atingida por um tiro de pistola 9 mm na cabeça quando a amiga Monique de Freitas manuseava uma das armas dos soldados.
No encontro, as três garotas tiveram acesso às armas dos militares e posaram para fotos ainda quando as armas estavam sem munição. Segundo o depoimento de Monique de Freitas dado a polícia, um dos soldados teria saído do quarto com uma das armas e quando voltou não avisou que tinha carregado a pistola. Após Monique Valéria ser atingida, o grupo limpou o quarto sujo de sangue e levou a jovem para um pronto-socorro próximo ao quartel.
Ainda no hospital, as garotas contaram à polícia que Monique teria sido atingida por uma bala perdida e foram ao quartel para pedir socorro, mas a informação foi desmentida horas depois.
“No depoimento na delegacia de plantão, as jovens mudaram a versão e disseram que foram pressionadas pelos soldados a prestarem um depoimento fantasioso ainda no hospital ao policial que estava de plantão”, disse o delegado Igor Leite.
Segundo a polícia, Monique de Freitas confirmou que foi a autora do disparo que matou a amiga e ao manusear a pistola teria atirado de forma acidental.
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