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Acusado de comandar 164 assassinatos em Pernambuco e na Paraíba é capturado

Carlos Madeiro<BR>Especial para UOL Notícias<BR>Em Maceió

13/09/2011 13h04

A Polícia Civil de Pernambuco prendeu, no último sábado (10), um foragido da Justiça acusado de chefiar um grupo de extermínio responsável por 164 assassinatos em municípios da zona da mata norte pernambucana e no sul da Paraíba.

Antônio Gomes da Silva, 59, fugiu do presídio de Itamaracá em maio, quando teve direito ao benefício do indulto do dias das mães e não voltou à unidade prisional onde cumpria pena. Ele foi apresentado à imprensa nesta segunda-feira (12).

Segundo a polícia, a fuga de Silva serviu para que ele voltasse para "acertar as contas" e cometer novos crimes. Investigações apontaram que ele ameaçou testemunhas de crimes os quais é acusado e cometeu pelo menos mais dois homicídios, de pessoas que faziam parte da quadrilha dele e teriam migrado para grupos rivais.

A polícia chegou a Silva após testemunhas ameaçadas informarem o paradeiro do acusado. Com base nos novos crimes, a polícia conseguiu a expedição de mais dois mandados de prisão, e o líder do grupo foi detido durante operação em Itambé.

Segundo o delegado Joselito do Amaral, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Vida, o departamento recebeu 210 inquéritos no início do ano passado para investigação de homicídios.

Desses inquéritos, 164 foram elucidados e apontaram a participação de Silva. Boa parte dos crimes era comandada por ele de dentro dos presídios por onde passou desde 1991, quando foi preso. O grupo encabeçado pelo acusado seria iniciado a atuação em 1986. A quadrilha se intitularia “justiceira” e tinha mais de dez integrantes.

“Esse grupo era contratado e fazia a pistolagem. Inicialmente, eles matavam assaltantes, adolescentes envolvidos em delitos. Mas depois passaram a matar para qualquer pessoa que os contratassem”, disse o delegado.

Ainda segundo a polícia, o acusado confessou boa parte dos assassinatos. "Estamos falando de um universo muito grande de crimes. Alguns desses homicídios já estão prescritos, mas em todos os casos chegamos ao indicativo de autoria”, disse.