Após fazer cúpula da Funai como reféns no RS, índios liberam grupo
O líder dos índios guaranis que mantinham como reféns representantes da cúpula da Fundação Nacional do Índio (Funai) em uma reserva às margens da RS-040, no município de Viamão (a 10 quilômetros de Porto Alegre), no Rio Grande do Sul, autorizou a liberação do grupo.
O cacique Eloir de Oliveira deu por encerrado o impasse após o presidente do órgão, Márcio Augusto Freitas de Meira, que está na aldeia, assinar um documento com reivindicações dos indígenas.
Quatorze pessoas estavam impedidas de deixar a aldeia desde o início da noite dessa segunda-feira.
A Reserva Estiva reúne 164 índios em 32 famílias, em uma área de 7 hectares.
Demarcações de terra
O transtorno, que transcorreu em condições pacíficas, teve início no final da tarde de segunda-feira (04). Os índios receberam os membros da Funai na reserva para discutirem demarcações de terra. Como não houve acordo, eles decidiram impedir a saída dos representantes da fundação até a chegada de um representante do Ministério Público Federal (MPF) para ouvir suas reivindicações.
No início da noite, os índios divulgaram uma carta aberta condenando o tipo de tratamento recebido pelo governo e exigindo que seus direitos garantidos pela Constituição Federal sejam cumpridos.
"Nós, Lideranças Indígenas Guarani, reunidos na Aldeia Estiva, Município de Viamão, RS vimos por este ATO manifestar o nosso repúdio, indignação e inconformismo com o descaso do Estado Brasileiro para com os nossos Povos. Habitamos este país desde os primórdios, e estamos presentes nos estados do RS, SC, PR, SP, RJ, ES, MG e MS, onde a absoluta ausência de políticas públicas tem sido a tônica dos governos que se sucedem”, diz uma parte do documento.
A Polícia Federal esteve presente na área para assegurar a integridade dos índios e dos representantes da Funai.
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