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Parada Gay do Rio reúne 1 milhão em Copacabana e pede paz

Rodrigo Teixeira<br>Especial para o UOL Notícias<br>No Rio de Janeiro

09/10/2011 17h24

Protestos silenciosos pedindo paz e o fim das agressões motivadas por homofobia –recentes, nos últimos meses, em cidades como Rio e São Paulo --, a 16ª Parada do Orgulho Gay do Rio de Janeiro realizada neste domingo (9) foi aberta com balões brancos e uma bandeira branca, em contraste com a bandeira do movimento, que leva as cores do arco-íris.

Por volta das 15h30 o Hino Nacional executado pela cantora Jane Di Castro. Entre as pessoas que ocupavam a orla de Copacabana --mais de um milhão, segundo a organização --, estavam super-heróis, artistas do rock e muitas drag queens.

Ativista, o deputado Jean Willys (PSOL-RJ) disse que a parada é um momento de o gay se colocar “do jeito que ele é”. “A primeira impressão da parada é a união de todas as tribos do mundo gay. Estamos aqui para pedir paz. Temos que sair do silêncio. Paz sem voz não é paz, é medo, já cantou o poeta. Me sinto um defensor dos direitos humanos”, disse.

Segundo o criador da parada e superintendente da secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado, Cláudio Nascimento, a parada “é a cereja do bolo, com um aspecto de carnaval, uma grande festa, mas desde 1995 estamos aqui na praia de Copacabana para lutar por nossos direitos. Muitos gays ainda não sabem do seu direito à união estável, e nem leis que na cidade do Rio os defendem”.

Coordenador do programa Rio Sem Preconceito, da Prefeitura do Rio, o estilista Carlos Tufvesson disse que o momento é de “celebrar uma conquista, uma vitória que tivemos no STF (Supremo Tribunal Federal)”. “Muitos gays não sabem que existe a lei 2475, de 1996, que diz que discriminar qualquer pessoa em estabelecimento comercial da cidade do Rio configura crime no qual o estabelecimento deve ser multado e pode ser até fechado. As pessoas têm que saber dos seus direitos e fazê-los valer.

De acordo com Tufvesson, a denúncia deve ser feita pelo site da coordenadoria, o www.cedsrio.com.br.

Moradora de Copacabana, a viúva aposentada de 78 anos Glória Pimenta, mais conhecida como Glorinha, disse que não perde uma edição da parada. “Venho todo ano. Adoro essa música. Eu digo às vezes que sou lésbica, mas eu sou uma viúva e prometi para o meu marido nunca mais ter nenhum relacionamento”.

Durante o evento, equipes da Defensoria Pública do Rio estavam no local fornecendo a documentação para que os interessados na união estável o fizessem gratuitamente.