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Apagão em Minas Gerais atinge 2,3 milhões de consumidores; pode chover mais de madrugada

Rayder Bragon

Especial para o UOL Notícias <br> Em Belo Horizonte

11/10/2011 21h08

O apagão que atingiu o Estado de Minas Gerais nesta terça-feira (11) provocou a interrupção de energia elétrica por 45 minutos para aproximadamente 2,3 milhões de consumidores das regiões central e leste do Estado. Um curto-circuito na linha de transmissão Taquaril-Barreiro afetou as subestações Barreiro, Bom Despacho, Ribeirão das Neves e Taquaril, produzindo o desligamento automático de circuitos de transmissão, segundo informou a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).

Na região metropolitana de Belo Horizonte, a companhia relatou que 100 mil clientes foram afetados pela falta de energia elétrica. Por volta das 20h, 80% dos consumidores já podiam contar com a volta da energia, revelou nota da empresa.

Ainda conforme o comunicado, o restante dos clientes afetados deverá ter restabelecido o fornecimento de energia no decorrer da noite e madrugada desta quarta-feira (12). Ao todo, 400 técnicos estão em campo para atender as ocorrências, de acordo com a Cemig.
 

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A defesa civil municipal de Belo Horizonte emitiu alerta sobre a possibilidade de chuvas acompanhadas de rajadas de vento durante a madrugada, em torno de 40mm. O órgão pediu atenção às áreas de encosta e para as suscetíveis a alagamentos e inundações.

 

Estragos

Em Ribeirão das Neves, na região metropolitana, o telhado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Justinópolis desabou e atingiu algumas pessoas que aguardavam atendimento. Segundo o Corpo de Bombeiros, porém, nenhuma das vítimas foi ferida com gravidade. Ainda de acordo com os bombeiros, foram registrados alguns acidentes com vítimas durante o temporal na cidade, mas, no início da noite, ainda não havia registro de vítimas em estado grave.
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Em Belo Horizonte, parte do forro do BH Shopping, um dos maiores da capital mineira, localizado na região centro-sul, desabou com o temporal. A assessoria do shopping informou, por meio de nota, que, em razão da grande quantidade de água, uma calha não suportou o fluxo e transbordou, o que fez com que placas de gesso do 4º piso caíssem. Ainda de acordo com nota, ninguém se feriu e a área foi isolada.

"Foi um estrondo enorme. Todo mundo saiu correndo achando que estava desabando tudo", contou uma das lojistas. O shopping continuou funcionando com gerador, mas parte dos comerciantes preferiu fechar as portas.

Ainda em BH, a assessoria da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) informou que todas as 19 estações do metrô foram fechadas por volta das 16h30. O apagão atingiu as três subestações de energia da companhia, que fornecem a carga de tração às composições. Às 19h08 o serviço já tinha sido normalizado, segundo a companhia. O metrô transporta aproximadamente 200 mil pessoas por dia na capital mineira.

Transtornos

O contador Rogério Fernandes Fonseca, 47, disse que enfrentou um grande congestionamento na área central de Belo Horizonte e no bairro Savassi, região centro-sul, onde teve de ir para buscar a mulher.


"Estava tudo parado. E alguns sinais de trânsito estavam desligados. Aqui perto de casa (morador do bairro Coração Eucarístico, região Noroeste) o sinal também estava apagado, na via expressa", disse. Segundo ele, o trajeto para casa foi feito em duas horas e normalmente seria feito em 45 minutos.

A analista de marketing e usuária do metrô Cristiane Aparecida Pereira, 38, disse que precisou ir a pé do bairro onde trabalha (Santa Efigênia - região leste de Belo Horizonte) até o centro da cidade. Segundo ela, foi alertada por uma amiga do trabalho sobre a paralisação do metrô.

"Eu tive de ir até o centro para tomar o ônibus até a minha casa", relatou.  Ela afirma ter demorado uma hora e meia a mais para chegar em casa. "Os pontos de ônibus estavam mais cheios do que o normal", disse.

 

Trânsito e semáforos apagados

A Transcon, empresa que gerencia o tráfego na cidade de Contagem, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte, informou que todos os semáforos da cidade se desligaram no momento da tempestade.

Ainda de acordo com a assessoria do órgão, somente três equipamentos voltaram a funcionar. Equipes da Transcon, auxiliados por homens da Polícia Militar, estão tentando controlar o trânsito.

A BHTrans, empresa análoga à Transcon, mas que atua em Belo Horizonte, informou que semáforos da capital também apresentam problemas.

A Defesa Civil de Belo Horizonte informou não ser ainda possível listar o número de chamadas para o órgão, mas adiantou que a maioria das ligações se referiu a quedas de árvores.

O Corpo de Bombeiros, de maneira semelhante, afirmou que não teve condição de enumerar as ligações recebidas nem sobre quais eventos elas se relacionaram.

Falta de água

A Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) informou que, em razão da interrupção do fornecimento de energia, todos os principais sistemas produtores de água da região metropolitana tiveram a produção interrompida, por volta das 16h.

Ainda conforme a companhia, embora os sistemas tenham retomado a produção, a paralisação poderá gerar reflexos no abastecimento de água, principalmente nas regiões mais altas e distantes desses locais de produção.