Topo

Belo Horizonte terá sensores para medir quantidade de passageiros nos ônibus e tentar coibir superlotação

Rayder Bragon

Especial para o UOL Notícias <br> Em Belo Horizonte

11/10/2011 15h58

Um lote de 150 ônibus de Belo Horizonte terá sensores infravermelhos nas portas e nos degraus até o fim deste ano para medir a quantidade de passageiros embarcados nos veículos e tentar coibir a superlotação, principalmente em horários de pico. A promessa foi anunciada pela BHtrans (empresa que gerencia o trânsito na capital mineira), e esses primeiros ônibus que vão dispor do equipamento servirão como balizadores para a extensão ao restante da frota da cidade, calculada em 2.990 veículos, até 2013.

O diretor de desenvolvimento e implantação de projetos da empresa, Daniel Marques Couto, disse que a o contrato permissionário entre a prefeitura e as empresas que exploram o serviço do transporte público prevê o limite de cinco pessoas em pé por metro quadrado no horário de maior fluxo de passageiros. Fora do período de pico, é permitido grupo de três viajantes no mesmo espaço. Atualmente, 1,5 milhão de pessoas utilizam o transporte público diariamente.

“Os ônibus de Belo Horizonte estão recebendo um conjunto de equipamentos que compõe o 'City Bus', um sistema inteligente de transporte. Esse conjunto tem o objetivo de melhorar a regularidade do serviço, o conforto dos passageiros e gerar informações para os usuários nos pontos de ônibus”, frisou.

O custo da instalação dos equipamentos, segundo a assessoria da BHtrans, será bancado pelas concessionárias, porque já estava prevista na licitação da qual as empresas participaram com vistas à exploração do serviço.

Ainda conforme a assessoria, as duas primeiras linhas que receberão o serviço serão a 8207 (Maria Goretti-Estrela Dalva) e 9206 (Vera Cruz-Buritis). Elas foram escolhidas por estarem em processo mais avançado dentro do programa “City Bus”. A implementação nas demais será gradativa e atenderá a estudos feitos pela empresa.

De acordo com Couto, as empresas que descumprem o limite máximo de passageiros estão sujeitas a multa de R$ 174, que dobra em caso de reincidência. Conforme o diretor, há também uma tabela de pontos de infrações na qual a empresa, caso atinja o limite máximo de penalidades (80 pontos por veículo ao ano), pode ser alvo de processo de cassação da licença para operar na capital mineira.
 
“Se tem linhas lotadas, elas têm de ser reprogramadas e incluídas novas viagens. Teremos dados para redimensionar as linhas e ainda teremos controle sobre as ações das empresas”, afirmou.
 
Atualmente, segundo Couto, o número de passageiros transportado por ônibus é mensurado pelo controle da catraca e pesquisas semestrais “que definem a característica da linha” denominado de “Índice de Rotatividade”, informou o dirigente.

“Todas as linhas, para cada faixa de horário, têm o índice de rotatividade que aponta basicamente o sobe-e-desce de passageiros. Esse sensor que está sendo instalado vai passar a apurar de forma automática e constante esse serviço”, destacou.