Homem é preso acusado de aplicar golpes em políticos e empresários de Minas Gerais
A Polícia Civil mineira apresentou nesta sexta-feira (21) Nilton Antônio Monteiro por tentativa de estelionato contra políticos, empresários mineiros e veículos de comunicação. Ele está detido no Ceresp (Centro de Remanejamento do Sistema Prisional) São Cristóvão, localizado na capital mineira, depois de ter sido preso nesta quinta-feira, na Praça Sete, centro de Belo Horizonte.
Monteiro ficou conhecido como mentor da “lista de Furnas”, documento que registrou supostos financiamentos de campanha a 156 políticos durante a campanha eleitoral de 2002. Ele será indiciado por formação de quadrilha e falsificação de documentos particulares.
Segundo o delegado Márcio Nabak, o suspeito forjava documentos falsos com “precisão técnica”, de modo a tentar induzir a Justiça a chancelar a ação fraudulenta. Nabak relatou que Monteiro montava os documentos falsos e entrava em juízo com vários pedidos de recebimentos de montantes altos (R$ 3 milhões, 17 milhões).
Entre as vítimas estariam políticos como Danilo de Castro, secretário de Estado de Governo de Minas Gerais; o ex-senador e atual deputado federal Eduardo Azeredo; um ex-presidente de Furnas Centrais Elétricas; e também a revista “Veja” e o jornal mineiro “Hoje em Dia”. Na maioria dos casos, o delegado informou que a alegação dada por ele fora o não pagamento de prestação de serviços de consultoria. O montante da fraude não foi informado.
Outro fator que poderia induzir a Justiça ao erro e reconhecer como legítima a suposta ação fraudulenta seria o fato de que várias vítimas contestavam a cobrança, exigindo a verificação da autenticidade dos documentos. Mas o suspeito, segundo o delegado, nunca apresentava os originais, somente cópias autenticadas. Porém as cópias foram contestadas pela polícia como sendo feitas com base em documentos falsificados, o que dificultaria o trabalho de tentar verificar se os documentos eram legítimos.
“Ele nunca apresentava os originais, quando solicitado pela Justiça, alegava que, na maioria dos casos, havia perdido os originais”, afirmou o delegado. A polícia vai investigar a suposta participação de cartórios no esquema fraudulento.
O suspeito começou a ser investigado em 2008, a pedido do Ministério Público. A polícia revelou que ele teria forjado a assinatura do advogado do Rio de Janeiro Carlos Felipe Amodeu, em uma nota promissória de R$ 3 milhões, supostamente assinada pela vítima em 2005. O processo tramitava na 6ª Vara Cível de Belo Horizonte.
No entanto, a falha seria o fato de que, na data da assinatura na nota promissória, Amodeu estava internado em estado terminal, acometido de câncer, em hospital do Rio de Janeiro, e não poderia ter assinado o documento, além de a assinatura ter sido falsificada, após comprovação da perícia.
A polícia afirma que Monteiro pretendia cobrar da família de Amodeu, que morreu no hospital, a dívida inexistente. Em relação ao secretário Danilo de Castro, a dívida girava em torno de R$ 17 milhões. Conforme Nabak, o secretário afirmou não conhecer o acusado.
O delegado disse ainda que vai investigar também o sumiço da nota promissória, que estava em poder da 6ª Vara. A polícia disse que uma suposta ajudante do suspeito, que assinava como testemunha, foi presa em Vila Velha (ES) nesta sexta-feira. Um outro suspeito, que também assinaria documentos como testemunha, ainda estaria sendo procurado.
Outra vítima do esquema seria o empresário e ex-deputado Vittório Medioli, dono de empresas de comunicação, entre outros empreendimentos. A dívida de Medioli seria de R$ 190 milhões cobrados na Justiça
Outro lado
Apresentado rapidamente durante a coletiva do delegado, o suspeito disse que todas as assinaturas das cobranças eram verdadeiras, bem como os documentos. Ele alegou ter feito serviços de consultorias, sem citar quais seriam, além de afirmar sofrer “perseguição política”, mas não citou nomes de quem o estaria perseguindo.
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