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Estiagem leva Rio Grande do Sul a assinar decreto de emergência coletivo

Do UOL, em Porto Alegre

09/01/2012 14h49

O governo do Rio Grande do Sul homologou na manhã desta segunda-feira (9) um decreto de emergência coletivo em razão da estiagem que atinge principalmente a metade norte do Estado. O objetivo é agilizar o processo de liberação de verbas emergenciais junto à União.

O documento foi assinado pelo governador em exercício, Beto Grill, em Boa Vista das Missões (392 km de Porto Alegre), uma das cidades que mais sofrem com a falta de chuva.

Conforme novo levantamento da Defesa Civil divulgado nesta segunda-feira, são 107 municípios em emergência e outras 34 nopreds (notificações preliminares de desastre) já preenchidas.O número de afetados pela estiagem já passa de 460 mil.

O prejuízo calculado pelo governo do Estado está na casa dos R$ 2 bilhões. Porém, foram levadas em consideração perdas apenas nas lavouras de milho, soja e feijão, sem incluir danos na produção de hortifrutigranjeiros, leite, frango, suínos e gado.

“A seca afeta a economia do Estado como um todo, e não só a agricultura”, lembrou o secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan. O governador também anunciou medidas emergenciais, como a abertura de poços, açudes e sistemas de irrigação para propriedades rurais de pequeno porte.

Conforme o governo do Estado, já foram perfurados 120 poços, firmados convênios com prefeituras para mais de 700 microaçudes e convocados ao trabalho, para a elaboração de laudos técnicos nas propriedades atingidas, todos os funcionários da Emater que estavam em férias.

Também devem ser liberados R$ 3 milhões para maquinário destinado às obras de infraestrutura, como a abertura de poços, que devem beneficiar até 30 municípios.

Durante a cerimônia de assinatura do decreto coletivo, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, anunciou, de Brasília, a liberação de R$ 18 milhões para serem investidos na construção de açudes e cisternas.

A estiagem no Rio Grande do Sul alcançou níveis críticos. Em cidades do norte do Estado não chove de forma suficiente desde novembro. Além das lavouras de grãos, a pastagem está cessando; o gado, emagrecendo; e a produção de leite, diminuindo. Em zonas mais altas, caminhões pipa já têm de levar água para a população.