Operação na cracolândia retira das ruas 70 toneladas de lixo e apreende 467 gramas de crack
A operação Centro Legal na região da cracolândia, no centro de São Paulo, retirou das ruas 69,6 toneladas de lixo e 467 gramas de crack desde o dia 3 de janeiro, segundo o último boletim divulgado pela Polícia Militar.
Até agora, 60 pessoas foram presas. Dos presos, 34 eram condenados pela Justiça. A Polícia Militar realizou 3.441 abordagens policiais.
A operação, que conta com policiais e órgãos estaduais e municipais ligados à segurança, saúde e assistência social, realizou 1.104 abordagens sociais e 898 abordagens de agentes de saúde. Ainda segundo o boletim, 61 pessoas foram internadas, 9 encaminhadas para hospitais e 6 para atendimento para tratamento.
Ontem (11) o comandante-geral da PM, coronel Álvaro Batista Camilo, anunciou que a ocupação da cracolândia e de bairros do entorno vai durar pelo menos seis meses. Nesse período, 287 homens permanecerão no local, com apoio de 117 carros e 26 motos, além de bicicletas, cavalos, cachorros e do helicóptero Águia. Normalmente, o efetivo é de 28 agentes, divididos em dois turnos.
Com o aumento das críticas contra a operação, a PM anunciou também uma série de normas que devem ser seguidas pelos policiais. São regras do tipo: "a postura deve ser enérgica sem demonstração de agressividade, porém ostensiva e desestimuladora" e "dependentes químicos têm a opção de buscar tratamento adequado, fornecido pelos órgãos assistenciais e de tratamento".
Localização da cracolândia
"O objetivo neste primeiro mês é diminuir a atuação dos traficantes. E, nos seguintes, a PM fica para garantir trabalhos de saúde e assistência social. No segundo semestre, avaliaremos se é o caso de diminuir o efetivo", afirmou Camilo.
O plano da PM é manter 120 homens vindos do Comando de Policiamento da Capital, concentrados nas ruas da cracolândia.
Outros 152 são do Policiamento de Choque e vão fazer rondas permanentes nos bairros vizinhos para tentar evitar a migração dos usuários no entorno. Ainda participam da operação 12 bombeiros.
Denúncias de abuso
A Defensoria Pública de São Paulo informou nesta quarta-feira que já coletou 32 denúncias de abusos cometidos durante a operação policial na região da cracolândia, na região central de São Paulo, segundo reportagem da Folha.
Segundo o coordenador do núcleo de Direitos Humanos do órgão, Carlos Weis, são casos "exemplificativos" de como a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana estão agindo. Para ele, os métodos das corporações são " absolutamente exacerbados, em face das pessoas, que são pobres, miseráveis e desarmadas".
A defensoria realiza reuniões com os órgãos do governo estadual para tentar uma mudança na forma de atuação da Polícia Militar nas ações de combate aos traficantes e usuários de drogas na cracolândia com uso de força desproporcional, segundo relatos. Para o defensor, o problema é mais de saúde do que de polícia.
(Com Agência Estado)
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