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Polícia investiga suposto plano para explodir carro de juíza e tabeliães no Maranhão

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

18/01/2012 13h45

A Corregedoria de Justiça e a polícia do Maranhão estão investigando a denúncia de um suposto plano para matar uma juíza e dois tabeliães de cartórios no Estado. A informação é do TJ-MA (Tribunal de Justiça do Maranhão), que já tomou providências para garantir segurança à magistrada ameaçada.

O plano foi descoberto esta semana, depois da prisão de um analista de sistemas que relatou à polícia sobre a suposta armação de que ele teria sido contratado para desenvolver um programa para explodir o tanque de combustível da magistrada, acionado através de telefone celular.

O suposto plano teria com vítima a juíza Lucimary Castelo Branco, do 6º Juizado Especial Cível. Além dela também seriam vítimas a tabeliã Ana Carolina Brasil Campos Maciel, do cartório de São Mateus, e o tabelião substituto do cartório de Maranhãozinho, Ronaldo Torres.

O suposto plano foi descoberto após a prisão do analista de sistemas Paulo Araújo Ferreira, acusado de estelionato. À polícia, ele relatou a existência de um plano, apontando três pessoas como supostos mandantes. Ferreira disse que receberia R$ 45 mil pelas mortes.

Os articuladores do plano seriam três donos de cartórios, que estariam esperando uma decisão da Justiça sobre uma ação impetrada por uma das supostas vítimas do plano. O motivo dos assassinatos seria o desmembramento do cartório de Protesto de Notas de São Luís, determinado pela Justiça, e que segue à espera de um titular.

A rixa entre os donos de cartório existiria por conta de um concurso para escolha de tabeliães, que definiu quem poderia ficar com a vaga do novo cartório a ser desmembrado. Porém, a seleção está suspensa por conta de uma ação das supostas vítimas do plano.

Em contato com o UOL, a assessoria de comunicação do TJ-MA confirmou que o caso está sob análise da Corregedoria e que a juíza tem conhecimento do plano. Segundo o órgão, o judiciário já tomou todas as providências para garantir a segurança da magistrada.

De acordo com o TJ-MA, a juíza era assistente da Corregedoria de Justiça até a gestão anterior, responsável pela fiscalização dos cartórios. A juíza ficou conhecida no Estado pela apuração e denúncias que fez de cartórios no Estado, especialmente sobre grilagem de terras no interior.

O TJ-MA informou também à reportagem que uma diretoria foi criada recentemente para analisar todas as situações que oferecem riscos a juízes. Uma comissão já se reuniu com as autoridades do poder Executivo para tratar estratégias de proteção a magistrados ameaçados. A assessoria não soube informar quantos magistrados estão sob proteção policial no Estado, mas disse que “há casos” no Estado.

Sigilo

O UOL entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão. O órgão confirmou que existe uma investigação sobre o suposto plano, mas que o caso será mantido sob sigilo, e nenhuma informação da apuração será repassada à imprensa.