No RN, 41 presos fogem de área de segurança máxima em penitenciária
Sem vigilância interna e externa, 41 reeducandos que estavam presos no módulo de segurança máxima da penitenciária estadual de Alcaçuz, em Nísia da Floresta (região metropolitana de Natal), fugiram na noite desta quinta-feira (19). Esta foi a maior fuga já registrada na penitenciária, segundo a Coordenação de Administração Penitenciária (Coap).
Apenas três fugitivos foram encontrados: eles estavam na praia, a 2 km da unidade prisional, ainda na madrugada desta sexta-feira (20). Os homens estavam sem documentos de identidade quando foram abordados por policiais e acabaram confessando ser presidiários.
Segundo o coordenador do sistema penitenciário do RN, José Olímpio da Silva, a vigilância do presídio só se de conta da fuga depois da captura dos três.
Apesar da megaoperação deflagrada para recapturar os fugitivos, com a mobilização de todo o efetivo da Polícia Militar, do Bope e do Batalhão de Choque, ninguém mais foi encontrado até o momento. A polícia está fazendo abordagens de pessoas suspeitas nas ruas e nos ônibus, além do rastreamento de áreas próximas a unidade prisional por via aérea.
José Olímpio da Silva afirmou que os fugitivos aproveitaram um momento de descuido da segurança, quando não estavam sendo vigiados por agentes penitenciários e nem havia policiais na área externa.
Os presos conseguiram quebrar as fechaduras das grades, foram até o pátio da unidade prisional e serraram o gradeado que fecha o teto da área de banho de sol. Depois de abrirem um buraco nas ferragens, os presos subiram no teto com ajuda de uma corda feita por lençóis e pularam o muro da unidade prisional.
“Eles se aproveitaram da falha na segurança e fugiram. Já abri uma sindicância para apurar o porquê dos agentes não estarem no módulo e a área externa ter ficado sem segurança policial”, disse Silva. “Acredito que foi negligência, mas é inadmissível que isso ocorra num pavilhão de segurança máxima, onde tem presos perigosíssimos.”
Silva afirmou que, entre os fugitivos, cerca de 20 são de alta periculosidade, condenados por estupros, assassinatos, assaltos, entre outros crimes, com penas de mais de 50 anos de reclusão.
O módulo de segurança máxima Rogério Coutinho Madruga abrigava 142 apenados antes da fuga em massa e foi reinaugurado em outubro do ano passado, depois de passar por uma reforma para dar mais estrutura na segurança da unidade prisional.
A penitenciária de Alcaçuz enfrenta problemas de segurança também em outros módulos. Devido à abertura de três túneis nos últimos anos, que necessitam de trabalhos de especialistas em minas para serem fechados em definitivo, são constantes a ocorrência de fugas por essas passagens subterrâneas.
Atualmente, as passagens estão fechadas por pedras nas entradas e saídas, mas, quando reeducandos conseguem abrir novas ramificações que levam aos túneis centrais, conseguem fugir. A última fuga ocorreu no dia 9 deste mês, 20 dias após ser descoberto um novo túnel, que não foi interditado.
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