Contra greve de PMs na Bahia, forças de segurança agora limitam acesso de familiares
A tentativa de desmobilização de amigos e familiares dos grevistas pelo cansaço e pela falta de acesso a água e comida parece ser a nova tática das forças de segurança federais contra a paralisação comandada por policiais militares em Salvador.
Nesta quarta-feira (8), nono dia de greve, o fornecimento de água e luz voltou a ser suspenso diante do impasse nas negociações. De manhã, a Secretaria de Comunicação do Estado chegou a informar que a uma nova rodada de negociações aconteceria durante a manhã, o que a própria pasta negou, horas depois.
Por volta das 18h, familiares e amigos dos PMs realizaram um pequeno protesto em frente aos homens da Força Nacional de Segurança. Com gritos de “covarde”, eles dirigiram as críticas a grupamentos especiais da corporação, como o Águia e o Caatinga, uma vez que não aderiram à paralisação. Gritos de “o carnaval acabou”, entoados desde o início da greve, foram reforçados.
Minutos antes do ato, o chefe de Comunicações do Exército, tenente-coronel Márcio Araújo, admitiu o isolamento da área e o aumento do efetivo. Ele negou que a retirada de familiares e amigos acampados no jardim fora da área isolada vá acontecer, mas afirmou que não vão mais passar até lá alimentos e água, assim como aos grevistas.
De 1.038 homens que faziam a segiurança no local, até ontem, agora já são 1.400 –um total de 362 a mais, pelo Exército, e 50 pela FNS. Só pela Força, o número mais que dobrou: ontem, eram 20.
“Não podemos esperar que aconteça outra situação desagradável; quem quiser sair da Assembleia para comer ou ter atendimento médico, montamos um posto e a pessoa será escoltada até ele. Já as pessoas acampadas do lado de fora que quiserem comer também podem sair, mas não voltam”, disse.
Pela Secretaria de Comunicação do Estado da Bahia (Secom), a informação hoje no final do dia é de que o impasse nas negociações continua em função do pedido de reintegração do ex-soldado Marcos Prisco e da anistia dos 12 policiais que são lideranças na greve e têm ordem de prisão decretada. Dois deles estão presos. Prisco, principal liderança entre os grevistas, foi expulso graças à participação na greve de 2001.
A defesa conseguiu a reintegração dele em 26 de janeiro do ano passado, no TJ-BA (Tribunal de Justiça da Bahia), mas alega que o governador Jaques Wagner (PT) ainda não cumpriu a decisão. A Secom disse que o caso ainda não teve julgado o mérito.
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