Policiais e bombeiros aceitam proposta do governo e evitam greve em Alagoas
Depois de cinco dias de indicativo de greve, as seis entidades representativas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militares de Alagoas selaram nesta quinta-feira (16) um acordo com o governo estadual, descartando a paralisação.
Pela proposta acertada, haverá reposição salarial de 6,5% e reajuste do piso de R$ 1.847 para R$ 2.156 (16,8%), que foi corrigido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A Secretaria de Gestão Pública de Alagoas informou à Agência Brasil que a greve foi evitada graças ao Programa de Negociação Permanente, que organiza um calendário de atendimento com reuniões periódicas que apresentam soluções para as entidades do Estado.
De acordo com a Segesp, no encontro com os representantes dos policiais e bombeiros, as autoridades estaduais apresentaram o realinhamento da tabela progressiva e a concessão salarial às duas categorias militares.
No texto, a proposta é de acréscimo de 7% residuais divididos em três parcelas – a primeira e a segunda serão de 2%, repassadas nos meses de abril e novembro deste ano. A última parcela, equivalente a 3%, deve ser paga em abril de 2013.
O diretor da Associação dos Bombeiros Militares do Estado do Alagoas, Rodrigo Moraes, disse que as discussões serão mantidas, pois há demandas que não foram atendidas. “[A reunião] não atendeu aos anseios da tropa”, disse ele.
Segundo Moraes, há deficiências no que se refere ao contingente da corporação, além de um impasse com o governo em relação à ausência de concurso público para a seleção de bombeiros militares.
O presidente da Associação de Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, Wagner Simas, disse também que a proposta do governo foi aceita “em respeito à sociedade” e ao momento de festa que é o carnaval.
“A pauta de reivindicações não foi bem recebida nem pelas lideranças, nem pelas tropas. Em respeito às festas carnavalescas e ao povo, resolvemos dar essa trégua. Vamos continuar pressionando o governo para que nossos direitos sejam cumpridos”, completou Simas.
Na tarde de hoje, o Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) realiza assembleia geral com indicativo de greve para pressionar o governo a cumprir os itens as propostas do Plano de Carreiras e Cargos e Subsídios dos agentes e escrivães do estado.
Os policiais civis reclamam que estão há mais de 20 anos sem aumento salarial real e dizem que os ajustes concedidos nos últimos dois anos não competem com os que foram dados no restante do país.
Para o vice-presidente do Sindpol, Edeilto Gomes, a valorização da carreira ajuda no desempenho dos agentes. “Estamos tentando alcançar 60% do piso dos delegados, de R$ 13.500. É um absurdo que um policial sobreviva hoje com apenas três salários mínimos. Isto causa desânimo ao profissional”, disse ele.
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