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Em Alagoas, policiais civis descartam greve no Carnaval; nova assembleia será em março

Alex Rodrigues

Da Agência Brasil, em Brasília

17/02/2012 15h01

Os policiais civis de Alagoas deixaram para depois do Carnaval a decisão sobre uma possível greve da categoria. Em assembleia geral realizada nesta quinta-feira (16) em Maceió, os profissionais aprovaram uma nova reunião, com indicativo de greve, para o próximo dia 9 de março.

O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol) adianta que se o governo estadual não demonstrar, até a nova data, disposição para negociar com a categoria e chegar a um acordo, os agentes e escrivães de todo o Estado cruzarão os braços.

De acordo com a entidade, pelo menos duas reuniões deverão ser realizadas com representantes da Secretaria de Estado da Gestão Pública (Segesp) antes da próxima assembleia.

A categoria reivindica a criação do Plano de Cargos, Carreira e Subsídios; aposentadoria especial, com vencimentos integrais; melhoria das condições de trabalho e revogação das portarias que punem os profissionais que participaram da greve de 2011.

Os policiais querem também um piso salarial correspondente a 60% da atual remuneração de delegado de polícia, o que daria cerca de R$ 8.000 –hoje, um policial em início de carreira ganha em torno de R$ 1.900.

Segundo o vice-presidente do sindicato, José Edeilto Gomes, a categoria decidiu não dar início à greve durante o Carnaval em respeito à sociedade alagoana e também por considerar que ainda há canais de negociação estabelecidos com o governo estadual.

“Hoje, se o alagoano tem um mínimo de segurança é por conta da disposição dos profissionais, que não têm o mínimo estímulo e condições para desempenhar suas funções. Por isso mesmo a categoria decidiu não cruzar os braços durante o Carnaval, em respeito à sociedade alagoana, que vem sofrendo com o descaso com a segurança pública”, disse Gomes. 

Na quarta-feira (15), os policiais militares e bombeiros alagoanos já haviam selado um acordo com o governo estadual, afastando a hipótese de paralisar suas atividades. O acordo com o governo prevê reposição salarial de 6,5% e reajuste do piso dos militares de R$ 1.847 para R$ 2.156 (16,8%).

Conforme a Agência Brasil informou ontem (16), a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) está organizando um movimento nacional que, se aprovado por sindicatos e entidades estaduais, ameaça paralisar policiais civis de várias localidades. O sindicato alagoano é filiado à Cobrapol, cujo vice-presidente é Carlos Jorge da Rocha, o ex-presidente do Sindpol-AL.