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No interior de SP, duas mulheres esperam quadrigêmeos, caso é considerado raro

Vagner e Michele Kaubatz, de Rio Claro (SP), com o filho Felipe; Michele está grávida de quadrigêmeos  - Ana Ligia Noale/Jornal Cidade de Rio Claro
Vagner e Michele Kaubatz, de Rio Claro (SP), com o filho Felipe; Michele está grávida de quadrigêmeos Imagem: Ana Ligia Noale/Jornal Cidade de Rio Claro

José Bonato

Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)

09/03/2012 14h25

Duas mulheres de aproximadamente 30 anos de idade estão grávidas de quadrigêmeos no interior de São Paulo. Esse tipo de gravidez é considerado raro e ocorre na proporção de um caso para cada grupo de 500 mil gestantes, segundo Wagner Hernandez, 33, médico responsável pelo setor de gestação múltipla do Ambulatório de Obstetrícia da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo.

Em São Carlos (232 km de São Paulo), a operária de uma fábrica de doces Simone do Valle Camargo, 29, afirma que chorou muito quando soube que espera quatro bebês. “A gente não tem muitas condições. Eu e meu marido moramos na casa da minha sogra, que tem apenas três cômodos”, disse.

Serão dois casais, e a mãe já escolheu os nomes: Eduardo, Leonardo, Grazielle e Izabelli. As crianças, segundo Simone, estão sendo esperadas com dificuldades. “Eu sinto muita dor. Passo a maior parte do dia deitada, em repouso absoluto. Minha sogra ajuda nas roupas, e eu cozinho. Está muito difícil.” A renda da família Camargo é de R$ 1.800 mensais. Simone está grávida há quatro meses.

Também com dificuldades na gestação, Michele Kaubatz, funcionária de um supermercado em Rio Claro (173 km de São Paulo), espera quatro meninas, que deverão ser idênticas porque, no caso dela, pode ter ocorrido divisão de um mesmo embrião, segundo o médico que a acompanha. Ela também está no quarto mês de gravidez.

Michele fala que vai criar uma estratégia para identificar as futuras filhas, já que elas serão muito parecidas entre si. “Talvez por cores diferentes”, disse a funcionária. Além de permanecer quase o tempo todo em repouso, o duro para ela tem sido lidar com o ciúme de Felipe, o primeiro filho, que tem dois anos de idade. Felipe deixou de ser o foco das atenções da casa com a notícia das futuras irmãs.

“Quando eu soube que eram quadrigêmos, não acreditei. Fico preocupada porque a vida não está fácil”, afirmou. Michele e o marido, o servidor municipal Vagner Kaubatz, têm renda mensal de aproximadamente R$ 2.000. Ambos e o filho vivem na casa da mãe de Vagner, mas já pensam em ter uma imóvel próprio.

Ligadura de trompas

A família Kaubatz também já escolheu no nome das futuras filhas: Mariana, Carolina, Beatriz e Tamires. Depois que os bebês nascerem, o casal não quer mais ouvir falar de filhos. Michele diz que vai fazer ligadura de trompas – técnica que esteriliza a mulher.

De acordo com o médico Hernandez, a gravidez de quadrigêmeos é de alto risco, e normalmente as mães têm os bebês no sétimo ou oitavo mês de gestação. Ele afirma que, além do repouso, as mulheres nessas condições precisam se alimentar muito bem. “São quatro crianças ocupando o espaço de uma. É bom que se alimentem bem para nascerem o mais robustas possível.”

De acordo com Hernandez, uma das explicações para uma mulher engravidar de quadrigêmeos é a “superovulação”, que faz com que ela ovule quatro vezes num mesmo ciclo. O fator genético, do lado materno, pode ser uma das explicações desses casos. Os casos de fecundação de quadrigêmeos são mais comuns em inseminações artificiais.