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Caderno de anotações deve ajudar em investigações sobre morte de mergulhadores no interior de SP

Do UOL, em Sorocaba

13/03/2012 22h53

A polícia técnica encontrou um caderno de anotações com um dos mergulhadores que morreram no último sábado (10) em uma pedreira desativada em Salto de Pirapora (a 124 km de São Paulo). Além disso, os equipamentos usados por Rodrigo Garcia e Alessandro Varani, ambos de 29 anos, vão passar por uma perícia, que vai ajudar a identificar o que aconteceu embaixo d'água nos últimos minutos de vida dos dois.

Em uma das páginas do caderno, encontrado com Alessandro --o mais experiente no esporte entre os dois--, estava escrito: “nosso norte é à esquerda. Temos que voltar pela esquerda, certo?”. Em um outro momento, outra mensagem: “eu acho que nosso ponto está lá”.

De acordo com mergulhadores, a comunicação por mensagens escritas é comum enquanto os esportistas estão submersos, dizem que é uma forma de não perder as referências embaixo d'água.

Segundo a polícia, o cilindro de oxigênio usado por Rodrigo estava vazio, já o de Alessandro ainda tinha uma reserva de ar. Uma câmera fotográfica subaquática, computadores de mergulho, que registram pressão d'água e profundidade, e os respiradores estão na delegacia de Salto de Pirapora.

A Polícia Civil já instaurou um inquérito para apurar os fatos. Os parentes dos dois rapazes e o amigo que estava na pedreira no dia do acidente serão chamados para prestar depoimentos quando o laudo pericial dos equipamentos ficar pronto.

O caso

Os mergulhadores desapareceram depois de entrar na água na tarde de sábado. Os corpos só foram encontrados por volta de 12h30 de segunda-feira (12), quando os bombeiros receberam a ajuda de mergulhadores técnicos. Eles estavam a cerca de 70 metros de profundidade, com cerca de cinco metros de distância entre os dois.

De acordo com a família, Rodrigo tinha voltado dos Estados Unidos na sexta-feira (9) com um equipamento de mergulho novo. O empresário fazia o oitavo mergulho depois de terminar o curso do esporte. Já Alessandro tinha quase 60 mergulhos em três anos de prática do esporte e um treinamento de salvamento.

Eles foram à pedreira desativada em Salto de Pirapora acompanhados de um amigo, Henrique Tunes, e desapareceram na água quando faziam o segundo mergulho da tarde. Henrique ficou do lado de fora porque tinha emprestado a máscara que protege os olhos e o nariz. Ele contou que estranhou porque os dois não retornaram à superfície depois de 40 minutos do segundo mergulho. Vários mergulhadores tentaram então encontrá-los, mas não conseguiram.