Vigilância Sanitária investiga suposta intoxicação alimentar de 52 pessoas em hospital público do Recife

A Vigilância Sanitária do Recife está investigando a suposta intoxicação alimentar de pelo menos 52 pessoas que almoçaram no Hospital Universitário Oswaldo Cruz na última terça-feira (20). Pacientes e funcionários passaram mal e apresentaram sintomas como diarreia e náuseas, típicos de infecção gastrointestinal.

Segundo a direção de Vigilância à Saúde do órgão, 28 pacientes e funcionários teriam desenvolvido o quadro de infecção nesta quarta (21), e outros 24 teriam apresentado o quadro nesta quinta. A Vigilância acredita que mais pessoas podem apresentar os sintomas.

“Estamos visitando o hospital todos os dias para saber se houve registro de mais pessoas. Como registramos na quarta e hoje novos casos, acreditamos que o número pode aumentar porque as pessoas mais resistentes demoram mais a apresentar os sintomas de intoxicação alimentar”, disse ao UOL a diretora de Vigilância à Saúde do Recife, Adeilsa Ferraz.

Agentes da Vigilância Sanitária Municipal do Recife inspecionaram o setor onde ficam acondicionados os alimentos e colheram amostras dos produtos que foram servidos nesta quarta-feira. O material foi enviado para análise no laboratório municipal e o resultado deve sair em dez dias. A visita foi acompanhada por representantes da Apevisa (Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária).

Os órgãos souberam da intoxicação de pacientes e funcionários do Oswaldo Cruz por meio de uma denúncia anônima.

Segundo a Direção de Vigilância à Saúde do Recife, durante a inspeção a direção do hospital informou que as refeições são fornecidas por uma empresa terceirizada, que fica no município de Camaragibe, região metropolitana do Recife. A empresa entregaria os alimentos prontos para serem servidos a pacientes e funcionários, de acordo com a dieta de cada um.

Agentes da Vigilância Municipal de Camaragibe visitaram o local na quarta-feira e encontraram produtos alimentícios mal acondicionados. A empresa foi interditada. Também foram coletadas amostras do material.

“Devido aos sintomas apresentados nas 52 pessoas, acreditamos que ocorreu contaminação de alimentos por manuseio errado, como falta de higiene das pessoas ou ainda mau acondicionamento na produção desses alimentos”, explicou a diretora.

Ferraz ressaltou ainda que a inspeção não detectou problemas na dieta e no acondicionamento dos alimentos no hospital. “Tinha uma nutricionista da empresa presente o tempo todo, orientando os funcionários. Acreditamos que a comida veio contaminada, possivelmente de estafilococos, já da empresa”.

A reportagem do UOL entrou em contato com a assessoria de imprensa do Hospital Oswaldo Cruz, mas foi informada de que somente os responsáveis pelo setor de nutrição do hospital poderiam falar a respeito do caso, mas eles não foram localizados no hospital durante a tarde e início da noite desta quinta-feira. A assessoria não informou quem está preparando a alimentação dos pacientes e funcionários, nem o local onde está sendo preparada.