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Testemunhas afirmam que mãe de criança que morreu trancada em carro tinha histórico de agressões

Lourdes Souza

Do UOL, em Goiânia

29/03/2012 18h33Atualizada em 29/03/2012 18h40

A polícia investiga informações de que Andressa Prado de Oliveira, 26, mãe do bebê encontrado morto após ficar cerca de quatro horas trancado dentro de um carro em Aparecida de Goiânia, na quarta-feira (28), ter atentado contra a vida do filho em outras ocasiões.

Mãe é presa após bebê ficar trancado em carro e morrer

Em depoimentos prestados à delegada Myriam Vidal, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), testemunhas disseram que presenciaram, em outras ocasiões, a mãe agredindo a criança.

Duas garotas de programa, que moraram com Andressa, prestaram depoimento na delegacia. Uma delas afirmou ter visto a jovem tentando queimar o corpo do bebê com um cigarro.

Outra testemunha, que cuidou da criança algumas vezes, disse ter visto Andressa tentando afogar o filho no tanque, em dezembro do ano passado.

Em depoimento, a mãe negou todas as acusações e disse que deixou a criança no carro porque não viu que os vidros estavam fechados. Segundo o soldado da Polícia Militar Wilson Silva, que atendeu a ocorrência, a mãe contou que, depois do café da manhã, levou a criança para brincar dentro do carro do padrasto. Ela, que está grávida de cinco meses, teria deixado a criança no local e retornado à casa, onde tomou um remédio para enjoo e foi deitar. 

Segundo dados da perícia, a criança de um ano morreu por asfixia após ficar quatro horas trancado dentro do carro sob o sol na garagem da casa em que morava com a família. No mesmo dia, Andressa foi detida em flagrante por homicídio doloso.

De acordo com a delegada, Andressa deve ser indiciada pelo crime. A polícia aguarda apenas os laudos do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico Legal para esclarecer em que circunstâncias se deu a morte da criança. 

Segundo Myriam Vidal, há dúvidas sobre as reais causas da morte e se a criança morreu dentro do carro ou antes disso. A delegada diz que o bebê foi encontrado no banco de trás numa posição “não compatível” com a de uma criança que tenta sair do veículo. O bebê estava também sujo de vômito e apresentava manchas pelo corpo.

O pai da criança está preso por tráfico de drogas e culpa a mãe pela morte do bebê.