Dona de empresa que lesou alunos em formatura vai se apresentar à polícia, diz delegado

Um dos funcionários da empresa Lilitty Eventos, responsável por duas festas de formatura marcadas para o último sábado, em São Paulo, mas que não aconteceram, disse em depoimento nesta quarta-feira que a dona da empresa, Liliane Venâncio, vai se apresentar à polícia.

Duas festas organizadas pela empresa estavam marcadas para o último sábado (14): uma aconteceria em Suzano, para 47 alunos da escola Ferraz de Vasconcelos, e outra em Guarulhos, para 250 alunos e familiares de diferentes instituições educacionais.

Cada um dos formandos que participariam da festa em Guarulhos pagou cerca de R$ 1.700 por um pacote incluindo viagem, colação de grau e o baile. Desse pacote, apenas a festa não foi realizada. O passeio para Porto Seguro ocorreu em setembro, e a entrega dos diplomas, no início do ano.

“Em depoimento, um dos funcionários da empresa, Antonio Carlos Batista, disse que ela [Liliane Venâncio] ligou para ele hoje de manhã, e ele a avisou da situação, das reclamações, e pediu que ela se apresentasse. Ela teria dito que vai se apresentar à polícia na presença do seu advogado, mas sem dizer quando”, afirmou ao UOL o delegado Marcel Druzani, do 63º Distrito Policial, na Vila Jacuí, responsável pela investigação do caso.

Segundo o delegado, Antônio trabalhava na área de vendas da empresa e teria recebido outras duas ligações de Liliane, uma no sábado e outra na segunda-feira. Desde sábado o paradeiro da dona da empresa é desconhecido.

Mesmo com a informação de Antônio, as buscas por Liliane vão continuar. A Polícia Civil já fez buscas em quatro endereços em São Paulo, dois comerciais e dois residenciais. Nos dois primeiros, um dos escritórios estava desocupado há seis meses, enquanto o outro está fechado desde domingo. Na casa dos pais de Liliane, cujo endereço consta como sede da Lilitty Eventos, ninguém foi encontrado.

Druzani diz que deve levar mais uma semana para ouvir todos os envolvidos no caso. Até esta quarta-feira, 80 pessoas já tinham sido ouvidas. Pelos depoimentos e informações levantadas pela investigação, é a primeira vez que a empresa tem esse tipo de reclamação.

“A empresa existe há mais de três anos e é a primeira vez que tem esse tipo de reclamação. E chama a atenção por ter sido um golpe pela metade. Em Suzano, temos a informação de que o salão e a decoração estavam pagos e a banda compareceu ao local. Pode ter ocorrido algum fato novo que a fez mudar de ideia, ou ela pode ter se comprometido demais e não conseguiu cumprir”, diz Druzani.

Sobre o indiciamento, ele afirma que ainda não o fez porque quer obter o máximo de informações possíveis. “Posso fazer o indiciamento a qualquer hora, mas quanto mais eu souber, melhor. No entanto, por ora, estou convencido de que houve estelionato, tudo caminha para isso. Mas ainda vou aguardar os próximos depoimentos para indiciar a empresa", finalizou.