Governo brasileiro pede aos EUA ajuda para que técnico de vôlei devolva filho a mãe brasileira
A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República tenta junto ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos resolver o conflito que envolve uma família brasileira e que se arrasta já desde janeiro deste ano. A briga é pela guarda de uma criança de três anos cujo pai, o professor de educação física Márcio Sicoli, residente nos Estados Unidos, estaria se recusando a devolver o filho à mãe, Isabel Bierrenbach, que vive no Rio. A informação foi publicada pelo jornal “O Globo” nesta quinta-feira (26).
Segundo o jornal, a mãe de Sicoli --técnico das jogadoras de vôlei de praia norte-americanas Walsh e May –levou o neto para visitar o pai em janeiro passado, mas, desde então, a criança não foi devolvida. Isabel denunciou em março a situação à SDH, que classificou o caso como abdução de crianças (traslado ilícito para outro país pelo uso de força ou fraude).
De acordo com a reportagem, a partir de informação do colunista Ancelmo Góis, Sicoli não esteve com as atletas semana passada, em Brasília, durante etapa do Circuito Mundial do esporte, por conta da situação envolvendo o filho.
Já a SDH já obteve do Departamento de Justiça dos EUA apoio para colaboração no caso a fim de que a criança retorne ao país, e sua guarda seja disputada na Justiça brasileira. Para tal, a secretaria se baseou na Convenção de Haia, que trata da subtração internacional de crianças, e da qual os dois países são signatários.
“O melhor é que a família pense na criança e entre num acordo, porque os processos são morosos e quem sai perdendo é o menino. Não é razoável que exista uma disputa. O nosso primeiro objetivo é mediar o conflito e contribuir para que o menino volte para o Brasil, onde tem moradia. E a disputa pela guarda deveria ocorrer no local onde a criança residia, como determina a Convenção de Haia”, declarou a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, ao blog do colunista, reproduzido pelo jornal.
Conforme a ministra, apesar de verificado um aumento de conflitos do tipo, este é o primeiro caso em que os pais são brasileiros. Ao jornal, o avô materno do menino, Reinaldo Bierrenbach, disse que Sicoli está irredutível e recusou a proposta feita pela mãe para estar com o filho durante vários períodos por ano. já o técnico não quis se pronunciar a respeito.
Isabel e Sicoli estavam casados desde 2005 e moravam em Los Angeles desde 2007, mas se separaram ano passado. Com o rompimento, a mãe retornou com o filho ao Brasil em outubro. A criança nasceu em Harbour County, Los Angeles, e tem passaportes americano e brasileiro. A viagem da avó paterna com o menino aos EUA, este ano, foi autorizada por Isabel –que desconhecia, no entanto, que o técnico ingressaria com uma ação para obter a guarda do filho na Justiça americana.
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