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Justiça mantém júri popular de Bola por acusação de assassinato ocorrido em 2000

Segundo MP, Bola assassinou um homem em Contagem, dentro de um carro, há 12 anos - Folha Imagem
Segundo MP, Bola assassinou um homem em Contagem, dentro de um carro, há 12 anos Imagem: Folha Imagem

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

03/07/2012 11h04

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) manteve a decisão de o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como executor de Eliza Samudio, ser levado a júri popular sob acusação de ter assassinado a tiros um homem em 2000. A decisão da 2ª Câmara Criminal do TJ foi determinada no dia 28 do mês passado, mas somente divulgada nesta segunda-feira (2).

De acordo com o Ministério Público (MP), Bola teria assassinado o homem em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), quando ele estava dentro de um carro, em frente ao estabelecimento comercial que pertencia à família da vítima.

Ainda conforme o MP, uma das testemunhas do crime, a irmã do homem morto, teria reconhecido o ex-policial quando começaram a ser veiculadas imagens dele nas emissoras de televisão e jornais por conta da repercussão do caso Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Souza. Santos é réu no processo que investiga o sumiço de Eliza.

No caso do assassinato em Contagem, o MP sustenta que Bola teria sido contratado para matar o homem. A defesa de Bola queria a anulação da pronúncia sob argumento de “insuficiência de provas”. A defesa ainda questionou o reconhecimento feito pela irmã da vítima, dez anos depois do crime.

Conforme os advogados de Bola, existiam discrepâncias na semelhança entre o retrato falado feito e o cliente e não havia indícios que o ligassem ao crime. Por seu turno, a relatora do processo, a desembargadora Beatriz Pinheiro Caires, considerou que o conteúdo probatório continha “indícios suficientes para a autoria do crime”.

“Impossível proceder à despronúncia do acusado com base apenas na alegada disparidade entre o retrato falado e a sua real fisionomia, dada a inexatidão que caracteriza esse tipo de trabalho”, acrescentou n sua decisão a relatora.

A magistrada manteve a determinação de que o réu vá a júri popular e foi acompanhada pelos votos dos desembargadores Renato Martins Jacob e Nelson Missias de Morais.

Ainda não há data para a realização do júri popular. Atualmente, o ex-policial está confinado na penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, localizado em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte.