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Bruno e Macarrão são transferidos para Bangu 2, no RJ

Goleiro Bruno e Macarrão são transferidos da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio para o presídio Bangu 2 nesta quinta-feira (8); veja mais fotos do caso - Alexandre Durão/UOL
Goleiro Bruno e Macarrão são transferidos da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio para o presídio Bangu 2 nesta quinta-feira (8); veja mais fotos do caso Imagem: Alexandre Durão/UOL

Daniel Milazzo

Especial para o UOL Notícias<br>No Rio de Janeiro

08/07/2010 12h55

No mesmo carro da polícia, o goleiro Bruno Souza e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, foram transferidos às 12h50 desta quinta-feira (8) para a unidade de Bangu 2, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, onde chegaram por volta das 15h. Eles estão presos temporariamente pelo desaparecimento da ex-namorada do goleiro, Eliza Samudio. Antes, passaram pelo IML (Instituto Médico Legal) para fazer exame de corpo de delito.

O motivo para a transferência, segundo o diretor da Polinter Orlando Zaccone, é a falta de estrutura para abrigar os presos na Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro, na Barra da Tijuca, onde Bruno e Macarrão estavam detidos desde ontem. Eles passaram a noite em celas separadas e improvisadas, não receberam visitas e não tomaram café da manhã, segundo policiais.

"Resolvemos entrar em contato com a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro) para que os dois presos sejam levados diretamente para o Complexo de Gericinó, em razão da repercussão do fato e da quantidade de repórteres, da movimentação que isso traz para a porta de uma delegacia ou de uma carceragem da Polícia Civil. Nós não temos condições de manter um serviço que atenda a esta demanda aqui", afirmou mais cedo Zaccone.

Macarrão e Bruno podem ainda ser transferidos para Minas Gerais, decisão que depende da Justiça fluminense.

Curiosos e confusão
Um clima de revolta tomou conta da Barra da Tijuca durante a permanência de Bruno e Macarrão na Divisão de Homicídios.

As ruas que circundam a delegacia atraíram muitos curiosos, como o porteiro Eraldo Silva, 52, que fez questão de acompanhar a transferência dos suspeitos para Bangu. "Está errado. Tem que pagar pelo que fez", gritou quando o carro da polícia saiu, levando os suspeitos.

Josilene do Nascimento, 25, moradora das redondezas, estava acompanhando o noticiário pela televisão quando soube que os presos poderiam sair da delegacia. Resolveu, então, pegar sua bicicleta e ser testemunha ocular da cena. "Tem que gritar assassino mesmo. Eu acredito sim que foi ele", afirmou.

Com celular nas mãos, a empregada doméstica que se identificou como Elisângela tentava fotografar o goleiro, enquanto contava que o filho de 15 anos de idade está desolado com possível envolvimento do atleta no crime. "Ele sabe que o Bruno está errado, mas fã é fã. Ele tinha o Bruno como um espelho", disse, explicando que o adolescente já treinou nas categorias de base do Flamengo e joga na posição de goleiro.

Conclusão do inquérito
A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou nesta quinta que o inquérito que apurou o crime de sequestro no caso do desaparecimento de Eliza está concluído e indicia o goleiro como mandante.

O relatório, que pode ser entregue ainda hoje ao Ministério Público, está sendo finalizado e aponta como responsáveis Bruno, o amigo do goleiro conhecido como Macarrão, Luiz Henrique Romão, e o adolescente de 17 anos apreendido após prestar depoimento que mudou os rumos da investigação. Macarrão e o adolescente serão indiciados como executores.

"O trabalho da Polícia do Rio de Janeiro se encerrou, e os presos estão a disposição da Justiça", afirmou o delegado titular da DH, Felipe Ettore.

O caso também é investigado em Minas Gerais, mas como homicídio. Segundo o delegado Edson Moreira, que conduz as investigações no Estado, o crime está 80% elucidado. Foi “premeditado, planejado e friamente executado”, definiu.