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Paraquedista ferido em acidente que matou instrutor recebe alta de hospital em Sorocaba (SP)

Do UOL, em Sorocaba

12/07/2012 14h52

Wanderson Carlos Campos Andrade, um dos três paraquedistas que se acidentaram na última segunda-feira (9) em Boituva, a 120 km de São Paulo, recebeu alta do hospital nesta quarta-feira (11). Ele deixou o hospital Regional de Sorocaba sem falar com a imprensa e seguiu com a família para São Luís, no Maranhão.

De acordo com um amigo de Wanderson, ele passou por uma cirurgia para a colocação de uma placa e dois pinos no pé direito, mas passa bem. O amigo disse ainda que o paraquedista está confuso e muito abalado com o acidente ocorrido na segunda-feira (9), durante um salto no CNP (Centro Nacional de Paraquedismo), em Boituva.

Outro paraquedista que se envolveu no acidente continua internado, também em Sorocaba. A assessoria de imprensa da secretaria estadual de Saúde informou por nota que Conrado Alves teve uma fratura na tíbia, tem um quadro de saúde considerado estável, mas ainda não há previsão de alta.

Paraquedista é atingido por avião e morre

Além deles, o instrutor Alex Adelmann morreu no acidente. Durante o salto, Alex foi atingido pela asa esquerda do avião que todos tinham saltado. Com o impacto, ele foi arremessado contra os outros dois paraquedistas que tiveram ferimentos nas pernas.

Adelmann ficou inconsciente e um sistema de segurança fez com que o paraquedas dele abrisse automaticamente, o que reduziu o impacto com o solo. O paraquedista chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros ainda com registro de sinais vitais, mas não resistiu aos ferimentos no tórax, cabeça e outras fraturas, e morreu no hospital em Boituva.

Investigadores já ouviram piloto e outros paraquedistas

A Polícia Civil segue com as investigações sobre o caso. O piloto do avião, Douglas Leonardo de Oliveira já foi ouvido pelo delegado Carlos Antunes.

Oliveira disse que estava no 11º voo do dia e que, logo após o salto de todos os paraquedistas, fez uma manobra comum nesse tipo de voo, um mergulho. Foi nesse momento que percebeu o impacto na asa esquerda do avião, mas só percebeu o que tinha acontecido quando fez o pouso.

Ainda de acordo com o delegado, um dos sete paraquedistas que participaram desse salto disse que eles não usaram um equipamento chamado "drag", que tem a função de desacelerar a descida. Eles teriam ainda feito uma manobra que aumenta a velocidade, girando três vezes em torno do próprio eixo. Antunes disse que eles alcançaram a velocidade de 270 km/h.

O delegado afirmou que pretende concluir o inquérito no prazo de 30 dias, mas que isso não significa dizer que o caso estará totalmente solucionado. "Todas as informações e dados precisam ser analisados para concluir quem foi o responsável pelo que aconteceu"

Além da polícia, técnicos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) investigam todas as características desse acidente. A investigação é feita de forma sigilosa e tem como objetivo principal melhorar a segurança de vôos. Não há um prazo para que esse trabalho seja concluído, mas o relatório final será divulgado no site do órgão.